Edital MCT/CNPQ 14/2008 Universal Processo 470333/2008-1



29 de outubro de 2011

O BUNGA-BUNGA DO PATRIMÔNIO HISTÓRICO-CULTURAL DE SÃO LUÍS/MA



BUNGA-BUNGA DO PATRIMÔNIO 
HISTÓRICO-CULTURAL DE SÃO LUÍS/MA

‎"Só há duas opções nesta vida: se resignar ou se indignar.
E eu não vou me resignar nunca".
Darcy Ribeiro

O "Painel sobre o Centro Histórico de São Luís" realizado na Câmara Municipal da Capital, foi o anúncio antecipado do fracasso do "Projeto São Luís 400 anos"! Ouvimos, estridentemente, pronunciado com todas as letras, que a politicagem impossibilitou a organização da Programação integrada, entre os três poderes da República; restando apenas a realização dos ‘festejos’ em 2012! 
Fica a pergunta, que nunca quer calar: Festas para comemorar o quê? 
Parece que para os gestores de plantão não importa o 'quê' comemorar, basta a efeméride redonda, para promover o que mais sabem fazer: e-ventos efêmeros! 
Os benefícios concretos, físicos, materiais e ambientais para a população em geral, - alardeados e difundidos espetacularmente - esses, não serão realizados! 

Fracasso, incompetência e despreparo! O escárnio rondava as autoridades, paramentadas como se estivessem num enterro, sepultando um cadáver resignado, resoluto, minguado, tacanho: o Projeto São Luís 400 anos
Vamos acender as velhas velas mágicas e aromatizar o ambiente com incensos exóticos, como num exuberante bunga-bunga nativo! Atiçar muita fumaça para erguer cortina espessa ante os olhos perplexos dos cidadãos ludovicenses!

O desempenho administrativo dos gestores de plantão esteve sob o crivo dos vereadores e da galeria, na manhã de segunda-feira (31/10); e o temor estava estampado nos rostos de alguns integrantes da mesa! Porém, tirando forças, não se sabe de onde, num golpe de cena espetaculoso, os discursos sucederam-se invocando os mesmos argumentos técnicos e financeiros, de sempre, para defender o indefensável: o opróbrio de um Centro Histórico abandonado, fantasmagórico e sinistro!

Foi patético e ao mesmo tempo cômico, ouvir as ladainhas, por vezes enfurecidas, das justificativas para mais esse espalhafatoso fracasso... Proferidas com ar de pesar e sofreguidão! Cena que inspirava melancolia piedosa na platéia! Muito embora, pudéssemos ser cativados por uma baforada de compaixão momentânea, tal desempenho de gestores públicos merecia uma resposta à altura! 
Como pode agentes públicos passarem impunemente por tais vexames, admitindo o próprio desastre, e nada acontecer em contra-partida?

Entrementes, reverberava pelas paredes do salão a notícia estrondosa, diluída entre os lamentos! Eis a pérola lançada... Com menos de um ano para o esperado 08 de setembro de 2012, concluiu-se que não há mais tempo para realização de todos os Projetos do São Luís 400 anos, tão necessários e urgentes para a população; anunciados de forma espetacular por todas as mídias, pelos últimos dois anos! E agora? Pasmem, cidadãos! Proclamam que só nos resta 'festejar'! Vamos comemorar o abandono e o descaso, com muita bebida (e outras cositas mas), shows, mídia, desfiles... E o que fazer!? Ora! Cantar! 


Sorria! Sorria, meu bem, da infelicidade, que você procurou! Sorria, meu bem. / Hoje você chora, por alguém que nunca lhe amou! (Sorria, Sorria; de Evaldo Braga).

Eloquentemente traços marcantes sobressaíram, em grossas pinceladas, da postura dos agentes públicos na ocasião: a arrogância e o espírito autocrático - típicos em aprendizes de tecnocratas! 


Até esse Blog Teatro das Memórias já sofreu a fúria da 3a. SR do IPHAN, ainda sob interpelação judicial até poucos dias, quando foi extinta a punibilidade! 
(http://teatrodasmemorias.blogspot.com/2011/09/extinta-punibilidade-3a-sr-iphan-contra.html)


Punição legal pretendida baseando-se na antiga Lei Falcão; lei da censura do tempo da Ditadura Militar no Brasil! Ataque furioso recebido por expressarmos ideias críticas e contrárias às práticas rotineiras de arbítrio e falta de democracia - além de indignação pelo abandono e descaso - na imposição de um modelo fracassado de patrimonialização dos espaços sociais da memória coletiva da cidade. Fracasso admitido pelos próprios gestores no Painel ocorrido na Câmara Municipal de São Luís! 

Até quando será mantido e perpetuado esse estado lamentável de descalabro e indiferença? Impossível prever!

Percebe-se claramente, nos olhos dos gestores, uma variação de fúria, consciente e deliberada – expressando uma raiva incontida – que de repente muda a máscara para um tipo de ingenuidade e pureza d’alma, dos que fingem fazer o bem, com bons corações; límpidos como as águas da Fonte do Ribeirão! Chega a ser tocante e pungente!
Câmara Municipal de São Luís

Todavia, os problemas existem e destacam-se na paisagem urbana! Os desacertos na gestão do Centro Histórico gritam, repercutem, espalham-se para longe das fronteiras da Ilha, do Estado, do País! E, os nossos ‘heróis da preservação e do amor ao Patrimônio’, continuam incólumes e intocáveis; sentem-se indestrutíveis!

Querem nos ensinar a ‘amar’ o Centro Histórico, a ser ‘sensíveis’ com a História, e a ‘preservar’ a arquitetura colonial dos poderosos escravocratas do passado (e do presente?) ... 
Que metáfora instigante para uma pesquisa mais profunda!


Mas afinal, não são eles, os nossos gestores de plantão, que deveriam nos dar o exemplo desse ‘amor’? Não parece ser o caso; são maus professores! Fica, então, mais uma vez a velha lição moral (reload) do cinismo pós-moderno : - Faça o que eu digo, não faça o que eu faço! 

Nós, caros cidadãos, é que somos insensíveis, ignorantes e odiamos o passado! Eles, não, são os mestres e sábios da ‘preservação’! Pois, então, por que não são os primeiros a dar exemplos desse amor? Por que suas políticas não funcionam? Que estranha incongruência!

Constatamos que ao se sentirem intocáveis - marionetes nas mãos dos que os sustentam, até o limite do paroxismo - não percebem o papel grotesco e bizarro que desempenham! Faltam espelhos para se mirarem! Não percebem o ridículo, nem a dimensão de sua incompetência! Seus amigos, sempre elogiam seus desempenhos mirabolantes e irados, ao enfrentar com bravura mais um ataque dos inimigos, dos insensíveis, dos rancorosos, dos odiosos, dos... cidadãos!

No final, dizem uns para os outros: - fomos brilhantes! Conseguimos calar a fúria dos estúpidos ignorantes que não entendem nada de Patrimônio Cultural da Humanidade! Nós, sim, os eleitos, os experts, os sabidos, é que somos os verdadeiros preservacionistas e conservadores da História! O narcisismo dessa turma não tem tamanho; nem cabe neles! Só não é maior que o sonho máximo de desfilar pela Beija-flor, para milhões de corações globalizados!

Curiosidades exóticas a parte, destaca-se na trama - para completar a cena do teatro burlesco – os que fazem papel de bajuladores e admiradores incondicionais; capachos da ordem sinistra dos fantoches! Que alegre trupe de aduladores animados para a blague; num verdadeiro festival de galga, facécia e gracejos!

Os títeres de plantão, disfarçados de técnicos do ‘patrimônio’, na verdade labutam - entre suor e lágrimas insinceras - para ‘preservar’ os interesses dos grupos que investem economicamente no espaço social do Patrimônio Histórico e Cultural! Recebem seus dividendos para reproduzir e manter esses interesses, garantindo lucro e ganhos infindáveis! Douram seus discursos com loas, louvores e apologias ingênuas e românticas ao ‘patrimônio’ e a ‘memória’ – patrimônio e memória de quem?


Até as 12 horas desse mesmo dia, não foi pronunciada qualquer palavra sobre o não cumprimento da Lei Municipal nº 5.159 sancionada pelo Prefeito João Castelo, que institui a realização da malfadada "Semana Cultural do Bairro Praia Grande", cuja previsão é de ser realizada anualmente, no mês de Setembro, coincidindo com o aniversário de São Luís. A lei completou um ano de sanção, e seus objetivos de fortalecimento cultural, artístico, e, consequentemente, turísticos não foram provocados e estimulados, devido a não realização do evento. 

As charadas que lançam sobre a população, se auto-vangloriando de seus atos supostamente heróicos pela preservação histórico-cultural, servem para desviar o assunto; laudativos para boi dormir! Salamaleques, abracadabras, pirimpimpins, truques e mais truques, para deslocar a atenção e fugir do foco! Essa é a verdadeira função da ideologia! 


Ah! Sim, não sejamos injustos; não se pode esquecer: As lixeiras novas! 'Amanhã' já estarão sendo encaminhadas! Impressiona a capacidade líquida: Vinte litros de lixo! É o Maranhão Maravilha! Vamos, vale festejar!


De repente, indaga-se: - para que tanta pressa em hora errada, já se passaram mais de três anos de administração?! Relaxa: - Deixe que digam, deixe que falem. Deixa isso pra lá! Vem pra cá! O que é que tem! Eu não estou fazendo nada, você também!  (Deixa isso pra lá; de Jair Rodrigues)

Quais são as conseqüências dessas imposturas administrativas para a cidade? É só abrir os olhos e ver a paisagem! Soluções?! Quem sabe?! O negócio é cair na tentação, e aceitar o convite da promoção turística tão alardeada: pegar o primeiro voo do beija-flor direto para Milão, e dançar bunga-bunga na Itália; ou na Sapucaí! Mas, isso é só para aqueles que quebram o coco, mas não arrebentam a sapucaia!

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Centro Histórico de São Luís:
Situação, Abandono e Soluções (?!)




O evento ocorreu no dia 31/10 (segunda-feira), às 10h, 
“Plenário Estácio da Silveira” - Câmara Municipal de São Luís


O principal motivo que torna São Luís a capital "Patrimônio Cultural da Humanidade" são os extensos acervos arquitetônicos concentrados no Centro Histórico da Praia Grande, que a cada ano vem se degradando pela ausência de políticas públicas especificas de conservação. E que transformam o principal espaço histórico da cidade em um lugar esquecido e devastado pelo tempo.
É comum observar veículos de carga pesada pelas ruas do Centro Histórico, além do acesso livre de carros à serviço dos órgãos públicos, que em virtude da conservação do espaço histórico de São Luís não deveriam sequer estar transitando pelas vias estreitas do bairro.

Com intuito de discutir essa situação de completo abandono do Centro Histórico de São Luís, vereador Dr. Fernando Lima (PCdoB), convidou para participar do evento, a Superintendente do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), Kátia Bogéa, representante da Fundação Municipal de Cultura, Euclides Moreira Neto, Secretário Municipal de Turismo, Livíomar Macatrão, Promotor de Justiça Meio Ambiente, Urbanismo e Patrimônio Cultural, Luís Fernando Barreto, Secretário Municipal de Urbanismo e Habitação, Domingos Brito, Secretário de Estado da Cultura, Luís Henrique Bulcão e o Coordenador Executivo do Movimento Nossa São Luís, Daniel Madorra. 


Na ocasião o parlamentar questionou as autoridades municipais pelo não cumprimento da Lei Municipal nº 5.159 sancionada pelo Prefeito João Castelo, que institui a realização "Semana Cultural do Bairro Praia Grande", cuja realização está prevista para ser realizada anualmente, no mês de Setembro, coincidindo com o aniversário de São Luís. A lei completa um ano de sanção, e seus objetivos de fortalecimento cultural, artístico, e, consequentemente, turísticos não foram provocados e estimulados, devido a não realização do evento.




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