Edital MCT/CNPQ 14/2008 Universal Processo 470333/2008-1



29 de janeiro de 2009

400 anos de São Luís, na UFMA


INAUGURAÇÃO DA SALA DO GT UFMA SÃO LUÍS 400 ANOS. MARÇO DE 2009

SÃO LUÍS - A Universidade Federal do Maranhão se prepara lançar, em março, o Grupo de Trabalho (GT) São Luís 400 Anos. Parte integrante do projeto Patrimônio e Memória, mantido por aquela instituição de ensino, o GT terá como um dos objetivos envolver a sociedade civil e poderes constituídos na celebração do quarto centenário da capital do Maranhão, dia 8 de setembro de 2012. De acordo com o professor Alexandre Corrêa, o grupo será formado, a princípio, por alunos e professores da Universidade. “A nossa intenção, no entanto, é fazer com que todos os segmentos da sociedade se unam em torno deste evento”, reforça o professor, que pertence ao quadro do Departamento de Sociologia e Antropologia da UFMA. Mesmo antes de instalar o GT, alguns professores já começaram as pesquisas a fim de resgatar o acervo iconográfico de festas anteriores. Em buscas por jornais e periódicos da cidade, a equipe não obteve êxito. “Encontramos pouca coisa em pesquisas feitas na Biblioteca Pública Benedito Leite. Gostaríamos de fazer, inclusive, um apelo às pessoas que tenham fotos, mesmo que de arquivo pessoal, que entrem em contato conosco para podermos incluí-las no acervo”, comenta o professor Alexandre Corrêa, que pode ser conectado pelo telefone 8813-4663. A iniciativa tem como inspiração as comemorações feitas na cidade de Quebec, no Canadá, que foi fundada por franceses, em 1608, apenas quatro anos antes de São Luís. De acordo com o jornalista e também professor da UFMA, José Reinaldo Martins, a intenção, com a criação deste GT, é imprimir conteúdo às comemorações do quarto centenário. “Para que não seja uma festa apenas de foguetes, mas que também traga como resultado pesquisas, lançamentos de livros que abranjam estudos sobre a história da cidade e discussões sobre os diversos temas que permeiam nossa vida”, adianta ele.

http://imirante.globo.com/noticias/pagina188973.shtml

UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO

GRUPO DE TRABALHO 
UFMA 46 ANOS & SÃO LUÍS 400 ANOS

ANTE-PROJETO

CAMPANHA DE RECUPERAÇÃO DE FOTOS E IMAGENS DAS COMEMORAÇÕES DOS 350 ANOS DE SÃO LUÍS EM 1962

UFMA/SÃO LUÍS/2008

RESUMO


O presente anteprojeto tem o objetivo de promover uma campanha pela recuperação de fotografias e imagens relacionadas as comemorações dos 350 anos de ‘fundação’ da cidade de São Luís do Maranhão, no ano de 1962.

PLANO DE AÇÃO
Este anteprojeto pretende promover um trabalho de pesquisa-ação, no sentido de contribuir para a preservação das imagens de São Luís no século XX. Trata-se de um projeto de salvaguarda de um acervo de fotografias que corre o risco de desaparecimento, caso não venha a ser objeto de resgate concreto e efetivo. Através da pesquisa nos jornais da capital, recolheremos reportagens, crônicas, artigos, imagens e fotografias que recuperem os fatos e acontecimentos ligados as comemorações de 1962. Concomitante a realização do trabalho de pesquisa nos jornais e revistas, vamos promover uma campanha na mídia local (rádio, jornais e TVs) com intuito de resgatar os bens e coleções deste acervo que estejam nas mãos de particulares ou instituições.

PROMOÇÃO & REALIZAÇÃO

Grupo de Trabalho Permanente do Patrimônio Cultural – ABA
Grupo de Pesquisa Patrimônio & Memória – CNPq
Grupo de Estudos Culturais – UFMA
Grupo de Trabalho UFMA São Luís 400 Anos – UFMA

JORNAL DO POVO
São Luís, 09 de SETEMBRO de 1962















FOTO da RÉPLICA da NAU de DANIEL de La TOUCHE, desfilando pelas ruas de São Luís, nas Comemorações dos 350 anos de ‘Fundação Francesa’ da Capital.

Veja Reportagens em 2007:
http://www.revistaeventos.com.br/site/Noticias.php?id=321
Portal Eventos: Domingo - 16-09-2007 - 17:37:05

Pró-São Luís 400 anos
Univima será uma das instituições participantes do projeto:
http://www.univima.ma.gov.br/ver_noticia.php?noticia_id=304&hl=ok
Matéria publicada em 08 de Novembro de 2007

OBS: Cabe salientar que as Ideias e os Projetos, elaborados desde o ano de 2008, não foram contemplados com o apoio declarado; e jamais receberam aporte financeiro de qualquer instância universitária ou de governo. O apoio restringiu-se ao uso da sala 19 do CEB/Velho, via Vice-Reitoria, e a entrega de equipamentos de escritório, por parte da Secretaria de Ciência e Tecnologia do Estado do Maranhão (2009). Todas as despesas ocorridas desde então foram pagas pelos membros do GT.

28 de janeiro de 2009

Teatro das Memórias

Em artigo enviado ao JP, o professor universitário e pesquisador Alexandre Fernandes Corrêa afirmou que o Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) se apropriou indevidamente do nome de um projeto que ele coordena na Ufma - "Teatro das memórias". "Como podem essas pessoas e instituições se utilizarem de impostos e verbas públicas em nome desses bens valiosos da população brasileira e maranhense, se não sabem respeitar e cumprir com as leis vigentes, sobre os usos e apropriações das idéias, projetos e valores de outras pessoas, grupos e comunidades?", questiona Corrêa. Ele sugere que, "em nome do respeito às distinções entre nossas práticas e atitudes, se retire o nome 'Teatro das Memórias' do 'projeto' (re)lançado no dia 4 de dezembro pelo Iphan". Veja o artigo:

Teatro das memórias: cidadania e direitos culturais
Veja Artigo:
http://www.jornalpequeno.com.br/2009/1/25/Pagina97244.htm
Veja Também:
http://www.newstin.com.pt/tag/pt/100270498

Veja Vídeo Produzido pelo IPHAN:
http://www.youtube.com/watch?v=FseVVSkKb1I

POR ALEXANDRE FERNANDES CORRÊA*
alexandre.correa@pq.cnpq.br 

Ação Cultural Teatro das Memórias

Ação Cultural Teatro das Memórias
02/06/2006
Fonte: Jornal Pequeno

Neste mês vamos recomeçar os trabalhos de extensão universitária da Ufma, no bairro do Desterro em São Luís. Trata-se de um marco importante na mudança da matriz dominante no campo do preservacionismo cultural no Maranhão. É um grande passo na superação do paradigma arquitetural na área do patrimônio histórico, comumente reduzido a visão de “pedra e cal”. É um novo caminho no sentido da promoção das memórias sociais e da história dos bairros da capital ludovicense.

O Projeto de ação cultural Teatro das Memórias no Centro Histórico, faz parte de um projeto mais amplo que vem sendo desenvolvido pelo Grupo de Estudos e Pesquisas do Patrimônio e Memória da Ufma, na região metropolitana de São Luís. Na sua concepção macro tem–se como objeto de pesquisa e análise as políticas do patrimônio bio-cultural implementadas nos museus, eco-museus e centros culturais da ilha. Tomando como pano de fundo a dinâmica etno-histórica das identidades culturais regionais e locai, almejamos trabalhar as particularidades e singularidades do processo de preservação e transformação da natureza e da cultura local, na atualidade. Nesse trajeto focalizamos especialmente os chamados novos patrimônios, objetos de ação preservacionista mais recente, na cena das políticas culturais e ambientais – numa cidade que ainda não tem um Jardim Botânico ou um Horto Florestal aberto ao público, isto é, um Teatro da Memória da Natureza democrático e cidadão.

Destarte, na área do Centro Histórico de São Luís, pretendemos dar continuidade ao projeto de Educação Patrimonial desenvolvido nessa localidade em 2004. Naquela ocasião, aconteceu um trabalho de pesquisa em acervos fotográficos de famílias dos bairros e organizou-se uma oficina de fotografia e artes plásticas com as crianças residentes nos logradouros próximos. Nesta nova ação pretendemos aprofundar, através do teatro e de outras artes, o alcance das ações de promoção cultural da memória social e do patrimônio cultural do Centro Histórico da capital.

Vale destacar que o projeto Teatro das Memórias tem em vista, em longo prazo, participar efetivamente das discussões acerca da construção coletiva do IV° centenário da fundação de São Luís. Os resultados dessa parceria cultural e artística da UFMA com a comunidade, o Estado, a Prefeitura, e as Empresas Privadas nos preparam para a elaboração conjunta de um calendário de atividades coletivas, em prol da conservação, preservação e promoção da memória social e do patrimônio cultural da capital do Estado do Maranhão.

Nesse processo pretende-se desenvolver atividades voltadas para o tema da transmissão das heranças culturais e dos patrimônios coletivos, através do encontro entre as memórias de diferentes grupos sociais que habitam e convivem no Centro Histórico, trabalhando com crianças e adolescentes em constante diálogo com adultos e idosos.

A execução do projeto será efetuada em parceria com a União de Moradores do Centro Histórico de São Luís, coordenado pelo Grupo de Estudos e Pesquisas do Patrimônio e Memória da Universidade Federal do Maranhão. O calendário de atividades do ano de 2006 será voltado para crianças e idosos, e, em 2007, pretende-se incluir também adolescentes e adultos da comunidade. As atividades desenvolvidas ao longo de 2006, com um grupo de 40 crianças, serão patrocinadas pela Companhia Vale do Rio Doce (CVRD) – empresa que merece, desde já, nossos agradecimentos.

Um dos produtos finais dos trabalhos realizados em 2006 será a Encenação Teatral a ser apresentada no dia do Patrimônio (06 de dezembro), quando se comemora a inclusão do Centro Histórico de São Luís na Lista do Patrimônio Cultural da Humanidade da Unesco (1997). Nesse momento, serão apresentados ainda outros produtos criados pelos participantes nos Laboratórios e Oficinas de Arte e Cultura, realizadas ao longo do projeto. Desse modo, pretendemos intensificar a participação da Universidade na vida da cidade, contribuindo para a renovação do seu imaginário urbano e promovendo um diálogo fecundo, criativo e participativo “entre o passado e o futuro” nas diversas comunidades que formam o tecido e a rede metropolitana dessa fantástica cidade de São Luís do Maranhão. Convidamos a todos para participarem da abertura dos trabalhos, hoje, 2, na Igreja do Desterro, a partir das 18h.

http://www.redeodc.com.br/site/pagina.php?idclipping=3397&idmenu=35

História

Será realizado no próximo dia 27 de outubro com um grupo de 30 pessoas da terceira idade do Desterro o laboratório "Lugares e Memórias", no Centro de Educação e Cidadania, Centro. A oficina descreve a história do cotidiano do bairro em meados do século XX. Esta ação faz parte do projeto "Teatro das Memórias", realizado pela União de Moradores do Centro Histórico de São Luís e pelo Grupo de Estudos e Pesquisas do Patrimônio e Memória da UFMA, com o patrocínio da Vale (CVRD).

http://www.jornalvejaagora.com.br/2006/10/21/Pagina19240.htm

Dia Municipal do Patrimônio realiza Passeio Serenata e Teatro das memórias

A partir das 19h, sairá do coreto da praça Benedito Leite, o Passeio Serenata. Embalados pelos acordes da seresta, os participantes percorrerão as ruas históricas da capital, acompanhados de um guia que informará sobre as origens e lendas da cidade. Personagens da nossa história, a exemplo de Daniel de La Touche, fundador da cidade, recitarão trechos de poemas que exaltarão as belezas de São Luís.

Outro momento importante do Dia Municipal do Patrimônio acontece às 18h30, com o Teatro das Memórias, um projeto realizado pela União de Moradores do Centro Histórico de São Luís e o Grupo de Estudos e Pesquisas do Patrimônio e Memória da Universidade Federal do Maranhão. Com patrocínio da Companhia Vale do Rio Doce (CVRD), o evento apresentará por meio de expressões artísticas como a pintura, o teatro e escultura a visão de moradores de bairros como o Desterro, um dos mais antigos de São Luís.

As esculturas em cerâmica e painéis de pintura foram elaboradas com base nas lembranças dos moradores mais antigos do Desterro, durante o laboratório batizado de “Lugares e Memórias”. As peças artesanais que estarão expostas foram criadas por 30 idosos, também moradores do bairro. Através do diálogo, da escrita e da escultura, os participantes vão contar e representar histórias, como forma de perceberem a importância da preservação humana onde vivem. O objetivo é salvaguardar a memória coletiva de uma comunidade, preservando as suas referências culturais.

Por: Secom
Data de Publicação: 6 de dezembro de 2006

http://www.badaueonline.com.br/2006/12/6/Pagina17489.htm

ANTECEDENTES DA PESQUISA

2001 Teatro das Memórias: a bio-cultura em cena.
Autores: Corrêa, Alexandre Fernandes UFMA)
Natureza: Comunicação
Evento: VII Reunião de Antropólogos do Norte/Nordeste
Instituição promotora: UFPE
Cidade: Recife

http://www1.capes.gov.br/DistribuicaoArquivos/CursoNovo/Arquivos/2002/divulga/20001010/034/2002_034_200010102088_Ref_Doc.pdf

21 de janeiro de 2009

A DIALÉTICA DA PERMANÊNCIA DO PASSADO

Foto do Fotógrafo Mirim Bruno de Lorenzo
A DIALÉTICA DA PERMANÊNCIA DO PASSADO: Crítica ao Modelo de Patrimonialização Vigente

Uma questão recorrente vira e mexe retorna a cena. E nos diários e periódicos de todas as cidades brasileiras, com centros urbanos antigos, observamos retornar com frequência o problema do que fazer com as sobras do passado; quais os usos do passado no mundo de hoje. É uma preocupação sedimentada e desenvolvida por diversos estudiosos. Mas é uma interrogação que se alastrou e aprofundou sobremaneira após a II Guerra Mundial. Atualmente a UNESCO tem levado a frente campanhas de grande repercussão planetária; das quais se destaca as Listas de dos Patrimônios Naturais e Culturais da Humanidade.
Entre nós temos nomes de enorme importância cultural, do porte de Gilberto Freyre, Mario de Andrade, Aloisio Magalhães e outros tantos; além do já cristalizado e estabelecido Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), que tem mais de 70 anos de atividade. Todavia, sempre persiste e retorna a indagação incômoda: o que fazer com os vestígios do mundo tradicional e antigo que tem desmoronado e se arruinado nos centros ditos históricos das grandes cidades brasileiras e latino-americanas?
São Luís não poderia deixar de fugir a essa regra retórica e ritual hipermoderna, qual seja, a vertigem da perda dos traços arquitetônicos e históricos, tanto materiais quanto intangíveis e simbólicos: há uma crescente sensação de obsolescência das coisas, dos objetos, dos modos de viver, dos fazeres e dos saberes...
Na última quinta-feira desse mês de janeiro, vimos a manchete de um jornal local estampar: "Restaurando os Prédios Alheios" (Vida Urbana, O Imparcial, 15/01). Nessa reportagem a jornalista revela espanto com o fato de o poder público estar investindo milhões de reais em prédios de particulares. E é mesmo de espantar toda gente! Por que esse esforço e dispêndio milionário em gastar dinheiro público para manter um cenário histórico cada vez mais fantasmagórico, quase abandonado - simbolizando o fracaso de um modelo equívoco - se a cidade tem bairros populosos que não recebem e nem têm insumos e equipamentos básicos para manter-se com níveis decentes de qualidde de vida? O que justifica tal investimento: a nostalgia dos tempos de glória e de fortuna das classes que dominavam o estado nos séculos passados?
A superintendência regional do IPHAN, interpelada sobre essa idiossincrasia espantosa respondeu: "- A impressão que dá é que o maranhense não tem consciência de que tem um tesouro nas mãos e que precisa cuidar dele". Eis uma visão simplificada e ingênua do problema sócio-cultural em voga! Coloca-se sempre a culpa na suposta 'insensibilidade estética e artística da população' - a mesma que preserva a cultura popular e o folclore, como poucas no mundo; curiosamente, culpa-se a população pela sua suposta 'ignorância', ao lançar os prédios - considerados verdadeiros 'tesouros arquitetônicos' do passado - na ruína e no abadono. A superintendência não se pergunta: por que essa mesma população que se dedica a preservar e manter viva as suas tradições artísticas, como o Bumba Boi, o Tambor de Crioula, o Tambor de Mina, entre outras, teria esse comportamente desprezível em relação aos prédios históricos. Será o mesmo maranhense? Lógico que não: os proprietários desses prédios não são os mesmos maranhenses que preservam a cultura popular e o folclore; são donos de prédios que se beneficiarão dos investimentos públicos aprovados pela Superintendência regional do patrimônio federal... Só quem faz pesquisa pode responder a tais questões pertubadoras e pode encontrar a lógica sócio-cultural subjacente a esses comportamentos e práticas...

A população 'ignorante' paga duas vezes, pela sua culpada 'ignorância' denunciada por um agente público em pleno jornal diário - em flagrante desrespeito ao espírito público geral - e agora pagará também, e ainda muito mais, ao ter que ver e aceitar o dinheiro público ser gasto em prédios particulares; dinheiro que poderia ser aplicado em benefício da urbanização de diversos bairros da cidade: especialmente em saneamento e saúde pública. Há algo mais importante que o 'patrimônio' representado na saúde de um povo? Por que o patrimônio histórico nas mãos de particulares é mais valioso, 'é um tesouro', maior que o saneamento básico nos bairros da cidade?
É preciso que estas pessoas enfrentem a seguinte questão: por que é que a população não dá valor a esses cenários históricos do passado? Por ignorância? Essa é a resposta? Essas pessoas 'sabidas', com tanta 'sensibilidade estética' deveríam se perguntar se a população concorda com esse modelo de patrimonialização, esses investimentos vultuosos de mais de duas décadas, que só tem beneficiado uns poucos individuos e grupos nessa área da cidade. É preciso que nós passemos a enfrentar e a questionar esse modelo arrogante de patrimonialização, que de democrático não terá nunca qualquer inspiração. Devemos nos interrogar, e fazer pesquisas, para encontrar um outro modelo que responda aos anseios da população, que precisa acreditar que essas políticas são em seu benefício; o que não parece ser verdade, ao menos do que se expressa nessa ideologia simplificadora. Numa cidade tão carente de diversos equipamentos e insumos básicos, é um luxo satânico manter esse tipo de política patrimonialista que só beneficia os proprietários desses prédios, valorizando-os para a especulação imobiliária futura.
Porém, nós sabemos que estes 'agentes públicos' de plantão, não pensam nos interesses gerais da cidadania; pensam em dar respostas aos interesses dos que os colocaram nessa posição e lugar. Não fazem pesquisas, não desenvolvem trabalhos autênticos de empoderamento da população que reside nesses bairros 'históricos', e mais, ainda se apropriam das ações e dos projetos de outras instituições sérias; vide o caso vexatório do Projeto de Ação Cultural Teatro das Memórias, da Universidade Federal do Maranhão - com o nome indevidamente apropriado por essas mesmas pessoas.

Enquanto esse modelo imperar continuarão culpando a suposta 'ignorância' da populaçao e reproduzindo os interesses dos proprietários desses prédios.
É preciso que se dê um basta a essas práticas que favorecem os que vão especular com a valorização imobiliária desses espaços sociais. Isso é certo: haverá investimento com dinheiro público que só beneficiará esses proprietários, que depois de garantidos seus beneficios venderão esses prédios para os estrangeiros! A população verá seus 'tesouros' salvos, mas agora entregues aos 'gringos', como se diz: ficará enfim sem seus 'tesouros'!
Os grupos de poder e decisão da cidade sabem difundir e defender seus interesses. O que é estranho é a inércia dos agentes públicos como os estabelecidos nos Ministérios Públicos Estadual e Federal, as Promotorias do Patrimônio e do Meio Ambiente: por que não promovem uma investigação contra esses outros 'agentes públicos', títeres instalados no escalão federal...
É evidente que essa política de investimentos só serve para enriquecer um pequeno grupo 'sabidos': empreiteiros e aventureiros estrangeiros...
Por que não se faz pesquisa universitária nesses espaços? Por que se tem tanta dificuldade em estabelecer políticas culturais democráticas e participativas nesses centros históricos? Por que não se cria um Plano Diretor para o Centro Histórico e se dá condições de participação democrática nas decisões sobre investimento nesse espaço social? Por que esses projetos mirabolantes não passam pelos Conselhos de Cultura e Patrimônio?
Eh! Meus concidadãos: falta mais democracia e mais pesquisa social.

Alexandre F. Corrêa - UFMA
alex@ufma.br.
alexandre.correa@pq.cnpq.br

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No mesmo tom:



Governadora Roseana Sarney é alvo de protesto de bispos do Nordeste


SEG, 21 DE FEVEREIRO DE 2011 14:56

Os bispos do Regional Nordeste 5 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil – CNBB, distribuíram, neste domingo, nas igrejas do Maranhão, uma forte nota contra o governo estadual e os grupos de políticos e de empresários que sustentam a mais de quarenta anos a oligarquia Sarney.
“Está na hora de se fazer uma inversão de prioridades e valores também em relação ao papel do Estado e de seus representantes”, nesta frase os bispos de Bacabal, Zé Doca, Balsas, Grajaú, Imperatriz, Carolina, Brejo, Pinheiro, Coroatá, Viana, Caxias e São Luís sintetizam a rejeição e determinação de enfrentar os usurpadores do povo maranhense.
O texto foi construído entre os dias 12 e 14, no encontro dos bispos da Regional Nordeste 5, realizada na cidade de Carolina, trazendo a radical cobrança de mudança na relação do governo com a população. Pelo conteúdo os bispos demonstram a insatisfação do clero com o governo de Roseana Sarney.
“A história do Brasil – na qual se insere a história do Maranhão – tem sido marcada pela apropriação por parte de pequenos grupos, mediantes influências políticas e corrupção ativa daquilo que pertence a todos. Esses pequenos grupos fazem do bem público um patrimônio pessoal”. O longo texto ainda não foi publicado no site da CNBB, estamos no aguardo para postarmos. Este talvez seja o início de uma mobilização da igreja católica contra o grupo Sarney.

Para a oligarquia talvez seja o fim dos tempos.

Assinam a nota: 

Armando Martín Gutierrez – bispo de Bacabal
Carlo Ellena – bispo de Zé Doca
Enemésio Ângelo Lazzaris – bispo de Balsas
Franco Cuter – bispo de Grajaú
Gilberto Pastana de Oliveira – bispo de Imperatriz e presidente do Regional NE-5
Henrique Johannpoetter – bispo emérito de Bacabal
José Belisário da Silva – arcebispo de São Luís do Maranhão
José Soares Filho – bispo de Carolina
José Valdeci Santos Mendes – bispo de Brejo
Ricardo Pedro Paglia – bispo de Pinheiro
Sebastião Bandeira Coêlho – bispo de Coroatá
Sebastião Lima Duarte – bispo de Viana
Vilsom Basso – bispo de Caxias
Xavier Gilles de Maupeou d’Ableiges – bispo emérito de Viana

Por Felipe Klamt