Edital MCT/CNPQ 14/2008 Universal Processo 470333/2008-1



23 de novembro de 2010

As culturas populares e tradicionais no futuro governo Dilma

 Neste artigo, pretendo analisar os avanços obtidos durante o governo Lula e os desafios colocados para a gestão Dilma em relação às Culturas Tradicionais, às Culturas Populares, aos Povos e Comunidades Tradicionais, ao Folclore, dentre outras denominações possíveis, dependendo do interlocutor que se apresente para o debate. Por tratar-se de um segmento com bases sociais bastante amplas (habitantes das periferias urbanas, povos indígenas, trabalhadores rurais, afrodescendentes, dentre outros), responsável por uma grande diversidade de expressões culturais, uma análise mais complexa ainda precisa ser encaminhada, de preferência, colaborativamente, a partir deste ponta pé inicial.

As expressões culturais em questão foram, neste governo que termina agora, cada vez mais exaltadas como patrimônio da nossa nacionalidade, embora, por força da imobilidade das estruturas do poder hegemônico, seus praticantes tenham permanecido ainda muito distantes de ganhos sociais e políticos realmente significativos, mesmo que contemplados por melhorias econômicas substanciais.

Sendo assim, não acumulamos força política para participar com propriedade, por exemplo, do intenso debate que marca a escolha do novo ministro. Temo que não participemos nem mesmo da escolha dos escalões menores, responsáveis pelas áreas afins ao nosso universo de preocupações.


Efeitos positivos, mas indiretos

Minha tese inicial é a de que, a despeito das inúmeras ações, programas e projetos específicos de cultura iniciados pelo governo Lula (não ousaria falar que atingimos o patamar de uma política pública), os benefícios maiores ocorreram apenas de forma indireta, como efeito da melhora geral nas condições de emprego e renda da população mais carente. A maior estabilidade em relação a este fator, determinante para a qualidade geral da vida das classes populares, permitiu que inúmeras ocorrências importantes e negativas para o equilíbrio necessário ao florescimento da criação, da produção, da circulação, da difusão, do ensino e da memória destas expressões culturais tradicionais fossem se não exterminadas, pelo menos, neutralizadas.

Se, por um lado, a recomposição do salário mínimo e programas como o Bolsa Família, o Minha Casa Minha Vida e o ProUni, dentre outros, foram responsáveis pela retirada de milhões de pessoas da pobreza extrema ou favoreceram a ascensão de milhões de pessoas das classes baixas para as classes médias, por outro lado, as condições de acesso à terra e aos territórios tradicionais, o acesso aos meios de comunicação de massa como emissores de conteúdo e o acesso à educação básica de qualidade, quedaram-se intactas ou, até mesmo, mais desfavoráveis e concentradas. Como resultado, os representantes deste segmento encontram-se ainda imersos numa situação socioeconômica injusta e são vítimas de todas as mazelas que a nossa sociedade produz a cada dia, afetando diretamente o modo como se organizam para se expressar culturalmente.

Diante deste quadro, as políticas públicas de cultura, por si só, não foram suficientes para transformar o quadro geral onde as expressões tradicionais ocorrem. As ações culturais com foco neste segmento precisam ser cada vez mais combinadas com as políticas sociais.


A desarticulação das ações específicas existentes

Do ponto de vista da gestão, ações e projetos como os Pontos de Cultura, o programa Mais Cultura e os editais mais adaptados a este segmento como o Prêmio Culturas Indígenas (do Ministério da Cultura); a Política de Desenvolvimento Sustentável dos Povos e Comunidades Tradicionais (do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome); o controle do acesso ao Conhecimento Tradicional Associado e a Carteira Indígena (do Ministério do Meio Ambiente); os Territórios da Cidadania, o Arca das Letras e o Pronaf (do Ministério do Desenvolvimento Agrário); o Turismo de Base Comunitário e o Turismo Étnico (do Ministério do Turismo); o Economia Solidária (Ministério do Trabalho e Emprego); o Brasil Quilombola (SEPPIR); dentre outros, foram propostos de forma bastante desarticulada entre si, abrigando inclusive, inconsistências e contradições conceituais, sombreamentos, duplicação de responsabilidades e concentração de recursos. Ações que, em muitos casos, incidiam sobre o mesmo público-alvo, como o Prêmio Culturas Populares (Secretaria da Identidade e da Diversidade Cultural/MinC), a Ação Griô (Secretaria de Cidadania Cultural/MinC) e a Política de Salvaguarda do Patrimônio Imaterial (Departamento de Patrimônio Imaterial do IPHAN/MinC), foram executadas paralelamente por longos períodos, sem a busca de uma maior sinergia entre as diferentes abordagens e sem a preocupação com um melhor aproveitamento dos escassos recursos disponíveis para cada uma delas e para o seu conjunto.

Obviamente, minha fala se constrói, neste momento e em grande medida, a partir de impressões, e não com base em números concretos, uma vez que as avaliações mais consistentes sobre os efeitos destes programas ainda estão sendo encaminhadas, como a avaliação do desempenho dos Pontos de Cultura iniciada pelo Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas (IPEA).


Os avanços políticos

Do ponto de vista político, como o governo Lula se notabilizou pela abertura de espaços de participação direta em comissões, conselhos, conferências. A novidade da presença constante de lideranças tradicionais neste meio representou uma enorme conquista política, que será melhor aproveitada nos próximos anos. A participação, neste caso, torna-se pedagógica de uma prática política renovada e pró-ativa em busca de benefícios concretos para as comunidades tradicionais, mal acostumadas a formas de mando e a relações de poder muito diferentes nos seus lugares de origem.

Os agentes culturais populares, em boa medida, possuem também algum nível de interlocução com as classes médias interessadas em cultura, o que reduz, em parte, seu isolamento, sobretudo através de ações e parcerias viabilizadas pela mediação de pesquisadores acadêmicos (antropólogos, sociólogos, geógrafos, etc.), agentes do terceiro setor (ambientalistas, militantes de partidos de esquerda, etc.), artistas populares e eruditos voltado para o aproveitamento de seu repertório simbólico (músicos, atores, escritores, dentre outros), agentes de mercado (produtores culturais) e gestores públicos dos diferentes níveis de governo (federal, estadual e municipal) e alocados em diferentes pastas (cultura, educação, turismo, etc.). No entanto, pela desigualdade característica destas relações entre tradicionais e mediadores, os maiores beneficiados do ponto de vista político acabam sendo estes últimos, ficando os artistas populares com a sobra da migalha destinada ao fomento da cultura tradicional do país.

No campo das culturas populares, por exemplo, a realização do I e do II Seminário Nacional de Políticas Públicas para as Culturas Populares, uma série de reflexos puderam ser sentidos nas estruturas das entidades representativas do segmento, além do surgimento de novos arranjos organizacionais, como os Fóruns de Culturas Populares e Tradicionais de São Paulo, Rio de Janeiro, Distrito Federal, Goiás e Rio Grande do Sul, dentre outros, a Campanha de Defesa do Carimbó como Patrimônio Imaterial, no Pará, como a Articulação Pacari de Ervas Medicinais e as redes de Memória do Jongo e a das Culturas Populares, esta última com cerca de quatro mil integrantes permanentemente conectados e mobilizados em relação às políticas públicas para o setor.


As idas e vindas do processo

A curva ascendente na organização política deste movimento foi parcialmente interrompida com as oscilações observadas na disposição do MinC em incorporá-lo como parceiro, abrindo espaços, por exemplo, em outras instâncias, como as Câmaras Setoriais, na época em que sua gestão estava na Funarte. Os motivos destes recuos, muitas vezes, podem ser encontrados no desconhecimento dos agentes públicos sobre as especificidades deste ambiente político particular e, também, por medo do enfrentamento da complexidade que esta tarefa exige em termos de avanços orçamentários, jurídicos e de gestão. Em outras instâncias, a condução dos trabalhos de consulta às lideranças tradicionais na formulação, implantação e avaliação dos projetos foram mais favoráveis e, portanto, os resultados mostraram-se extremamente promissores. Por exemplo, o Grupo de Trabalho Indígena da SID/MinC, que produziu a revolucionária fórmula da inscrição oral em editais públicos; e, também, a Comissão Nacional de dos Povos e Comunidades Tradicionais do MDS, que desenvolveu a Política Nacional de Desenvolvimento Sustentável para o segmento e permitiu o desenvolvimento mais aprofundado da metodologia de mapeamento territorial destas comunidades a partir de uma experiência da Universidade Federal do Amazonas.

Em decorrência da instabilidade e da ausência de padrão nestes relacionamentos políticos delicados, muitas lideranças importantes que estavam nascendo junto com o processo foram queimadas e muitas iniciativas meritórias passaram a ser contestadas pelos beneficiários, em função do medo dessa instabilidade. Como exemplo disso, no MinC, podemos citar o programa Capoeira Viva. Em outros ministérios e pastas tivemos exemplos similares, como a situação dos representantes da bancada indígena na Comissão Nacional de Política Indigenista após a aprovação da publicação do decreto que reforma as estruturas da FUNAI, a situação dos líderes ciganos no Grupo de Trabalho da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial na II Conferência da Igualdade Racial, a das entidades conveniadas para a prestação de serviços de saúde indígena com a Fundação Nacional de Saúde (Funasa), dentre outras.

A pouca tradição política e institucional do segmento, necessária à participação direta e decisiva nestas instâncias de representação, tem proporcionado muitos casos de cooptação de lideranças e uma válvula de escape para o governo diminuir o ritmo dos investimentos e o grau dos esforços exigidos pelo contexto. Por outro lado, também, a injeção maior de recursos, desacompanhada de um investimento na saúde institucional das organizações tem gerado muitos problemas e retrocessos políticos enormes, como a inadimplência de inúmeros Pontos de Cultura.

Acionadas para darem conta, sem poder e sem saber, de convênios baseados em relações jurídicas idênticas às exigidas para a construção de grandes hidroelétricas ou contratos de prestação de serviços muito complexos, as instituições tradicionais tendem a sucumbir. Assim, ao invés de multiplicar os agentes interlocutores, em grande medida, as confusões instauradas no seio das comunidades com a má gestão dos recursos têm ocasionada um número significativo de rachas internos e de conflitos que podem, a médio e longo prazo, redundarem em perdas políticas importantes para o segmento.

A curva de alta na organização política do segmento das culturas populares foi retomada só muito recentemente, a partir da articulação da Rede das Culturas Populares com a TEIA dos Pontos de Cultura, que permitiu a criação, no âmbito do Conselho Nacional de Política Cultural e da II Conferência Nacional de Cultura, de dois colegiados setoriais. Neste momento, eles são os responsáveis pela formatação final dos planos setoriais de cultura que orientarão as ações do governo nos próximos 10 anos no campo das culturas populares e das culturas indígenas. Da TEIA também surgiu o movimento liderado pelos membros da Ação Griô pela aprovação, através de iniciativa popular, de projeto de lei que regule e fomente a relação dos mestres populares com as escolas, na incorporação de práticas da oralidade na transmissão de conhecimentos tradicionais. A própria Comissão Nacional de Folclore, mais antiga e com maior capilaridade, apesar da resistência de alguns de seus membros mais notáveis e antigos, teve grande parte de suas atividades reanimadas e revigoradas, como os Congressos de Folclore e as comissões estaduais, notadamente as do Ceará, Espírito Santo e Rio de Janeiro, que passaram a contar com mais apoio federal para suas atividades.

Outras contribuições foram resultado do próprio reconhecimento das expressões culturais populares e de seus mestres em instâncias onde antes não lhes era concedida a presença. O grande número de contemplados com a Ordem do Mérito Cultural, por exemplo, ao lado de expoentes das artes consagradas, é um sinal claro dessa sensibilidade em relação às culturas populares e tradicionais no governo Lula. No ato marcante da cultura realizado pela campanha de Dilma na metade do segundo turno, ao lado de oradores como Chico Buarque e Leonardo Boff, foi concedida a palavra a Lia de Itamaracá, reconhecida como um tesouro vivo da cultura pela Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco (Fundarpe). Diante das dezenas de celebridades presentes àquele ato, o espaço aberto para Lia, independente do que ela disse, é um fato que precisa ser registrado como parte deste amplo processo de reconhecimento.


A multiplicação das experiências

O impacto dessa renovação política repercutiu em ondas por outras estruturas de poder vinculadas à cultura. Por um lado, acuadas pela enxurrada de ações federais e, por outro, iluminadas pelos novos paradigmas e modos de ver a política cultural, as administrações culturais nos estados e municípios também começaram a reproduzir modelos bem sucedidos e a promover o incremento de políticas de reconhecimentos dos mestres tradicionais, seus grupos e comunidades como depositários de expressões culturais de grande valor. Sobretudo com a aprovação de leis que garantem aos mestres tradicionais uma renda suplementar (Leis dos Mestres) e com a edição reiterada de concursos públicos para o fomento dessa produção cultural específica, as gestões estaduais e municipais acompanharam os avanços políticos propostos a partir de Brasília. Muitas delas, inclusive, chegaram a superar as ações federais no campo político, a exemplo dos Estados do Acre, do Ceará e da Bahia, além do município de São Gabriel da Cachoeira/AM, que aprovou como línguas oficiais, três idiomas praticados pelos povos indígenas ali residentes.

A reprodução destas experiências bem sucedidas e o aprofundamento dos programas bem avaliados demandam, em grande medida, a implantação do Plano Nacional de Cultura e de um aumento considerável na escala orçamentária de financiamento das ações em prol das comunidades tradicionais. Deixar uma secretaria estratégica como a SID, que atendia, simultaneamente, as culturas populares, as culturas indígenas e ciganas, a cultura de jovens, crianças e idosos, o movimento LGBT, as pessoas com deficiência e em situação de sofrimento psíquico, os imigrantes, as mulheres e os trabalhadores, dentre outros grupos, com um orçamento de R$ 7 milhões para investimento durante muitos anos é de uma irresponsabilidade espantosa.


Os novos e velhos desafios

O governo Dilma, em função de tudo o que foi dito, tem os seguintes pontos como desafios para serem desenvolvidos no campo das culturas populares e tradicionais:

1.    O aprofundamento das políticas sociais do governo Lula e a erradicação da pobreza extrema;
2.    A aprovação das pautas pendentes no Congresso Nacional, como o Sistema Nacional de Cultura, a PEC 150, o Vale Cultura, etc.;
3.    A consolidação de um padrão mais homogêneo de condução política das instâncias de representação como as comissões, conselhos e conferências que, de fato, garantam aos mestres e lideranças populares e tradicionais o seu protagonismo político;
4.    O aumento na escala dos investimentos para o segmento;
5.    O mapeamento das expressões culturais populares e tradicionais para que se tenha a real dimensão deste segmento e das necessidades exigidas por ele;
6.    A construção de uma estrutura de articulação entre os programas, projetos e ações existentes nas várias secretarias do MinC e pastas relacionadas, que poderia evoluir, num futuro de média duração, para a criação do Instituto Brasileiro das Culturas Populares e tradicionais, com vistas à regulamentação e cumprimento do art. 215 da Constituição, no seu parágrafo primeiro, que diz: “O Estado protegerá as manifestações das culturas populares, indígenas e afro-brasileiras, e das de outros grupos participantes do processo civilizatório nacional.”;

Aguardo a manifestação dos companheiros envolvidos com o universo das culturas populares e tradicionais para que, com esta discussão, acumulemos a força política necessária para alcançarmos a implantação dos pontos que forem consensuais em relação às nossas preocupações.

Marcelo Manzatti


Marcelo Simon Manzatti
Condomínio Recanto da Serra, Rua 11 - Casa 1
Rodovia DF 440 - Km 01
Nova Colina – Sobradinho/DF – 73.271-901
Tel. (61) 3272-9131 ou (61) 9325-8037 ou (11) 9116-8847
marcelo.manzatti@terra.com.br

21 de novembro de 2010

Governo do Maranhão recebe novo ofício da Fifa

O Comitê Organizador da Copa do Mundo da Fifa Brasil 2014 encaminhou ofício ao governo do Maranhão comunicando o início da segunda etapa do processo de seleção dos potenciais Centros de Treinamento das Seleções (CTS), cuja nomenclatura em inglês é TBC – Team Base Camp.
Os Centros de Treinamento das Seleções (CTS) serão os locais que as equipes utilizarão como base para a sua acomodação, diferentemente dos Campos Oficiais de Treinamento (COTs) que são aqueles que devem ser disponibilizados (obrigatoriamente nas Sedes) para treinamento das equipes nos dias que antecederem os jogos durante a Copa do Mundo.
O Comitê Organizador da Copa do Mundo Fifa 2014 publicará uma lista de sugestões dos Centros de Treinamento das Seleções, informando a infraestrutura existente em cada um dos locais. A decisão final sobre quais locais serão efetivamente utilizados durante a Copa do Mundo da Fifa 2014 será de competência exclusiva das Seleções participantes, de acordo com os critérios estabelecidos por cada uma delas.
O governo do Maranhão receberá um questionário para diagnóstico da estrutura destes potenciais locais até o fim do mês de novembro. O questionário será preenchido e devolvido ao Comitê Organizador da Copa do Mundo Fifa 2014.
No início do ano, o governo do Maranhão respondeu, positivamente, a uma consulta feita pela CBF. Perguntado sobre o interesse de tornar-se um Centro de Treinamento das Seleções (CTS) da Copa do Mundo de 2014 que será realizada no Brasil, o secretário de Estado de Esporte e Juventude, Francisco de Sousa Dias Neto, disse que a governadora Roseana Sarney determinou que fosse dada prioridade ao assunto. - Já recebemos o comunicado sobre esta nova etapa, agora vamos aguardar o novo questionário que será encaminhado até o fim do mês pelo Comitê Organizados da Copa do Mundo Fifa 2014. O governo do Maranhão reafirmará a sua posição e oferecerá todas as condições para ser escolhido um dos Centro de Treinamento de Seleções. Tenho trabalhado muito nesse projeto e me empenhado ao máximo porque ele é muito importante para todos nós que fazemos o esporte no Maranhão. Já passamos pela primeira etapa com a apresentação das nossas belezas naturais, rede hoteleira e local de treinamento (Estádio Castelão). O Maranhão já foi aprovado, mas ainda restam outras etapas importantes e a governadora Roseana Sarney tudo fará para inserir o Maranhão no maior evento de futebol do planeta que é a Copa do Mundo – afirmou Souza Neto.

Fonte: Blog do Zeca Soares
http://www.maranhaoesportes.com/index.php?option=com_content&view=article&id=4545&Itemid=2 

16 de novembro de 2010

Iº Jornada Internacional Buenos Aires – Montreal “Enfermedad y exclusión en el mundo urbano”

La Dirección General Patrimonio e Instituto Histórico de la Ciudad de Buenos Aires, organiza la Iº Jornada Internacional Buenos Aires – Montreal “Enfermedad y exclusión en el mundo urbano. Una lectura interdisciplinaria”, a realizarse el martes 23 de noviembre, de 15 a 20 horas, en el Museo Roca, Vicente López 2220, Buenos Aires. Colabora en la organización el Departamento de Sociología de la Universidad de Quebec (Canadá).

Esta jornada contará con la presencia de Shirley Roy, Profesora titular del departamento de Sociología de la Université du Québec à Montrea y. Directora científica del Centro de Investigaciones sobre la Itinerancia, la Pobreza y la Exclusión Social del Québec (CRI); Marcelo Otero, Profesor titular del departamento de Sociología de la Université du Québec à Montreal, Director de la revista científica de sociología Cahiers de recherche sociologique e Investigador nacional de la Federación de Investigación en Salud del Québec (FRSQ) y Vivianne Châtel, titular de la Maestría en Ética, Responsabilidad y Desarrollo de la Universidad de Friburgo (Suiza). 

 
P R O G R A M A

Mesa 1

Coordinadora:
Lic. María Inés Rodríguez Aguilar
• “La fiebre amarilla de 1871. Salubridad y desplazamiento urbano”, L. González y D. Paredes (DGPIH).
• “Lo normal y lo patológico. Sociedad civil y estado municipal en Buenos Aires. 1856-1940”, Estela Pagani (DGPIH).
• “Marginalidad y patrimonio. De la segregación a la integración”, Jorge Mallo (DGPIH).


Mesa 2
Coordinadora: Lic. Estela Adra
• “La noción de enfermedad en la lógica exclusión-inclusión y el estado de excepción, desde la perspectiva de la práctica del psicólogo y su ética”, Haydée Montesano (UBA).
• “A la sombra de los muros, a la sombra de las miradas, los juegos de fronteras”, Vivianne Châtel (Universidad de Friburgo, Suiza).

 
Mesa 3:
Coordinadora: Lic. Liliana Barela
• “Líneas de fallas urbanas: pobreza, locura y marginalidad en Montreal”, Marcelo Otero (UQAM, Canadá).
• “El hombre en la calle: forma ejemplar de marginalidad urbana”, Shirley Roy (UQAM, Canadá).
Mais Informações:

17 de outubro de 2010

Raquel Rolnik: Relatora da ONU

A moradia do pobre ameaçada pela Copa e pelas Olimpíadas
Relatora da ONU para o direito à moradia adequada afirma que somente com mobilização é possível frear despejos
06/10/2010. Eduardo Sales de Lima, da Redação


A realização de grandes eventos esportivos vem sempre acompanhada por violações aos direitos humanos. Especificamente no setor de moradia, os problemas sobressaltam-se ainda mais. Isso é o que conclui a relatora especial da Organização das Nações Unidas (ONU) para o direito à moradia adequada, Raquel Rolnik.
Para ela, as comunidades mais atingidas e desrespeitadas por grandes eventos esportivos são justamente as de menor renda. A relatora da ONU cita exemplos de remoção em massa no Cazaquistão, na Índia e na China, por conta de eventos desse tipo.
Rolnik destaca que, por meio de mobilização popular, ainda é possível evitar os despejos autoritários tão comuns no Brasil. E isso já está ocorrendo. Organizações sociais urbanas de todo o país realizaram, entre os dias 20 e 24 de setembro, a Jornada de Lutas Nacional contra Despejos.
Potencializadas, agora, pela realização da Copa do Mundo e das Olimpíadas, em 2014 e 2016, respectivamente, as remoções massivas de comunidades pobres, em decorrência de obras de infraestrutura, tendem a se intensificar. Em entrevista, Rolnik elucida essa e outras questões.

Brasil de Fato – Trata-se de um mito o fato de que a realização de grandes eventos valorizam as cidades-sede e melhoram os indicadores socioeconômicos?
Raquel Rolnik – A pergunta central que deve ser feita é “benefício para quem?”. Esses grandes eventos esportivos geram oportunidades de negócios. Isso implica uma movimentação do ponto de vista dos negócios, da dinamização econômica dessas cidades. Agora, toda a discussão é quem será beneficiado por isso. E a resposta vai depender fundamentalmente do conjunto de políticas que serão implementadas por essas cidades e, nos eventos de jogos olímpicos, no Rio de Janeiro. Vamos depender muito da capacidade de organização da sociedade civil. Um exemplo é o caso da cidade de Vancouver, no Canadá, sede dos Jogos Olímpicos de Inverno, ocorridos em fevereiro de 2010, que tinha uma proposta inicial e que teve toda uma mobilização social que obrigou os promotores do evento a reverem seus planos e suas posições e incorporarem uma agenda muito mais social a partir dessas intervenções.


Você destaca em sua relatoria da Organização das Nações Unidas (ONU) que um dos setores que serão mais atingidos será o da moradia. Mas os projetos urbanísticos relacionados às cidades-sede da Copa do Mundo no Brasil poderão sofrer mudanças com mobilização social, sobretudo os relacionados à moradia?

Isso é uma questão constante nas cidades que sediaram eventos desse tipo. A remoção em massa, decorrente das grandes obras, não somente da construção ou reforma de estádios, mas também das obras de infra-estrutura em conjunto, promovendo reurbanização e melhorias na mobilização das cidades, atinge especialmente as comunidades de mais baixa renda e os assentamentos informais. Eles são muito vulneráveis às situações de remoção na medida em que a situação da propriedade é muito menos reconhecida no âmbito jurídico do que a propriedade privada registrada no cartório.
Ou seja, quando as obras de infraestrutura ligadas aos estádios envolvem propriedades privadas, vão envolver compensação, vão envolver um pagamento em relação àquela casa e muitas vezes o pagamento é razoável. O que acontece é que quando se trata de comunidade de baixa renda, normalmente, os direitos são muito pouco reconhecidos, mesmo o direito à moradia estando escrito na Constituição, como no caso brasileiro.
Nós já estamos assistindo às propostas de remoção em Belo Horizonte (MG), em Fortaleza (CE), no Rio de Janeiro (RJ), em São Paulo (SP). Em várias cidades do Brasil isso já está acontecendo sem a adequada compensação com propostas de assentamento. Até o momento isso é um dos grandes problemas, dos grandes perigos na realização desses eventos aqui no Brasil, violações no campo do direito à moradia.

Você sabe quantidade de famílias que já foram ou serão atingidas?
Eu estou tentando montar uma base de dados. Mas não há informação, é uma caixa preta. Como é possível que projetos que estão sendo apresentados para acontecerem por cima de comunidades sequer disponibilizam a informação de quantas famílias vão ser afetadas, e qual será o destino dessas famílias. Essa informação não existe, ela não está disponível.
O que eu sei, inicialmente, é que, no Rio de Janeiro, sessenta comunidades seriam de alguma forma atingidas por obras ligadas à Copa do Mundo a às Olimpíadas. Isso pode ser parcialmente, pode ser totalmente. Mas quantas pessoas estão nessas comunidades, qual o tamanho delas, o que irá acontecer, nada disso se sabe, não se tem dados. E isso é o elemento básico na questão do direito à moradia, que é o direito de todos os atingidos de saber quando tal projeto fica pronto, qual a proposta, e o direito, inclusive, de participar da discussão de alternativas dessas propostas. Sempre têm alternativas que vão remover menos, o contrário do que está acontecendo no Brasil hoje.
Se há essa caixa preta sobre os impactos sobre a população, então há muito menos informações sobre os recursos que seriam destinados a essas comunidades, e a melhoria e ampliação dos equipamentos públicos que serão utilizados no local onde essas pessoas serão alocadas.
Tenho acompanhado todos esses projetos para a Copa e isso posso te dizer com muita segurança. Acompanho os protocolos que têm sido assinados entre o governo federal, os governos estaduais e prefeituras que envolvem a Copa do Mundo. Nenhum deixava claro qual será o destino da família. O meu grande temor é que a maior parte das famílias receba simplesmente o “cheque-despejo”. Joga na mão delas um cheque, às vezes, de R$ 5 mil, de R$ 3 mil, de R$ 8 mil, que todos nós sabemos que é absolutamente insuficiente para sequer comprar um barraco de favela.

Num processo sem discussão, essas famílias ficam sem escolha. É o que aconteceu na Copa da África do Sul, não?
É inadmissível que no Brasil, considerando a importância dos movimentos sociais por moradia, da luta pela terra, mesmo assim, nós vamos repetir aqui o que, por exemplo, acabamos de testemunhar na Índia, em Nova Deli, as consequências das reformas urbanas causadas pelo Commonwealth Games [que ocorrerão entre os dias 3 e 14 de outubro]. No Cazaquistão, em decorrência dos Jogos Asiáticos de Inverno (2011), na África do Sul, por causa da Copa do Mundo, especialmente na Cidade do Cabo, e na China, devido aos Jogos Olímpicos de Pequim, de 2008, ocorreram desrespeitos semelhantes em relação à moradia.

O que aconteceu?

É muito difícil ter os números exatos para dizer exatamente quantos foram os atingidos. Se fala num número de um milhão de pessoas removidas em função, não apenas das estruturas dos Jogos Olímpicos de 2008, mas também por causa de toda a transformação urbanística da cidade. Normalmente, na política chinesa, as famílias são removidas para conjuntos habitacionais na extrema periferia da cidade.
Mas a situação chinesa é melhor do que essa que testemunhamos em Nova Deli, por causa do Commonwealth Games, onde favelas foram inteiramente removidas e simplesmente não houve nenhuma alternativa de reassentamento para milhares de famílias.
No Cazaquistão, onde eu acabei de estar agora, para construir os estádios que serão utilizados pelo Jogos Asiáticos de Inverno, muitas famílias que viviam em assentamentos informais e que foram removidas receberam uma compensação financeira, mas essa compensação foi completamente insuficiente para elas poderem adquirir uma moradia digna com esses recursos. Estou falando de duzentas, trezentas famílias.
No caso da África do Sul, a localidade que eu acompanhei mais foi a Cidade do Cabo, onde existia uma favela enorme, com 20 mil moradores. O governo já havia, há muitos anos, anunciado a intenção de urbanizar essa favela. E o que acabou acontecendo é que pessoas que foram removidas para habitações temporárias – para que ficassem nessa condição provisória até a reurbanização e redesenho do assentamento – até hoje permanecem nessa condição provisória. Muitos residem em “casas” que apelidadas “microondas”, porque são contêineres feitos de metal. Os prédios novos nesse assentamento acabaram não indo para a população que morava lá antes, mas sim para uma população de maior renda.
Tudo isso são exemplos de como a questão da moradia tem sido tratada em decorrência de grandes eventos. E é tudo o que se prenuncia no Brasil se rapidamente não houver uma mobilização dos próprios assentados e de todas as redes de movimentos sociais para induzir a realização de uma política de direito à moradia.

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) é a instituição que, em teoria, deveria fomentar o desenvolvimento social do país. Afinal de contas, não seria a grande oportunidade dele exercer sua função social em relação a essa questão da moradia?
Essa questão do BNDES é ainda mais grave do que o modo como você está colocando. O governo brasileiro assumiu a posição de que o dinheiro público seria utilizado para obras de infraestrutura e mobilidade. Em relação aos estádios, seria pegar empréstimos de um banco público para investir nos estádios e, ao investir nos estádios, depois pagar de volta ao banco. Ele estaria atuando exatamente como ele atua hoje em vários ramos empresariais. Isso já acontece. Entretanto, está entrando dinheiro público sim, de uma maneira completamente indireta, mas eu vou citar alguns exemplos.
É o caso do estádio do Atlético Paranaense, em Curitiba. O Atlético, um clube privado, que teoricamente iria fazer a reforma de seu estádio, falando que iria se endividar, não iria pegar dinheiro do BNDES de acordo com que a FIFA pedia. Tem esse detalhe. A Fifa é a entidade mais corrupta de que se tem notícia. Ela consegue ser mais corrupta do que os governos. A Fifa exige reformas muito além do necessário, porque isso gera caixinha para seus dirigentes.
Tantos os projetos de reforma da Arena da Baixada, do Atlético Paranaense, e do estádio do Morumbi, do São Paulo, são semelhantes. Os dois clubes fizeram a proposta de reforma, que ia custar menos do que a Fifa queria, entre R$ 200 e R$ 300 milhões. A Fifa virou e falou que não, que não podia ser essa reforminha, teria que ser uma reforma maior, que gastasse algo em torno de R$ 500 milhões. No caso da Arena da Baixada, eles trabalham com o potencial construtivo do terreno [títulos imobiliários disponibilizados pela prefeitura de Curitiba e pelo estado do Paraná para promover a participação de investidores privados. A construtora que será contratada pelo Atlético Paranaense terá esses títulos como fiança. O valor máximo do potencial a ser cedido ao clube é R$ 90 milhões] onde está a arena, de modo que o investidor que está ali possa vender esse potencial construtivo, algo completamente delirante do ponto de vista jurídico.

Raquel Rolnik é urbanista, professora da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo (FAU-USP) e relatora especial da Organização das Nações Unidas (ONU) para o direito à moradia adequada

30 de setembro de 2010

Crise do Modelo de Patrimonialização - PELOURINHO, SALVADOR

Abandonado, Pelourinho (BA) vê comércio local em crise e fuga de turistas

Nos últimos 40 dias, dois relevantes centros de varejo encerraram suas
atividades no centro histórico de Salvador. O que poderia ser um fato isolado ou
até mesmo uma decisão empresarial é, na realidade, reflexo de uma crise que
provocou o fechamento de 170 estabelecimentos comerciais desde 2005 e reduziu
drasticamente o movimento no mais importante ponto turístico da capital baiana.
Uma pesquisa realizada recentemente pela Acopelô (Associação dos Comerciantes do
Pelourinho) mostra que o centro histórico de Salvador, tombado pela Unesco
(Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura) como
patrimônio cultural da humanidade, deixou de ser um espaço interessante para os
comerciantes. “Há quase seis anos tínhamos 390 estabelecimentos comerciais
funcionando aqui; hoje, contamos com apenas 220. E a tendência é um cenário
ainda pior porque o centro histórico está abandonado”, disse o presidente da
entidade, Lenner Cunha.
“Enquanto não houver uma integração entre todos os poderes (União, Estado e
prefeitura), nada vai prosperar aqui. Temos de agir rápido porque o centro
histórico de Salvador não pode ficar refém da prostituição, das pessoas com
dependência química, dos catadores de produtos recicláveis e da miséria
absoluta”, afirmou o subprefeito do bairro, José Augusto de Azevêdo Leal. “Sem
um comércio atraente e com tantos problemas sociais, muitos turistas relutam em
visitar o centro histórico”, afirmou.
Depois de muitas queixas dos comerciantes, turistas e moradores do centro
histórico, a Polícia Civil apresentou esta semana um plano de segurança para
mudar a realidade do Pelourinho. Orçado em R$ 800 mil, o plano prevê corredores
monitorados por câmeras, distribuição de mapas e panfletos, policiamento
ostensivo, sinalização para evitar que baianos e turistas entrem em áreas de
risco, cadastramento de moradores de rua e menores, combate ao comércio
ambulante e reforço na iluminação pública.
Lenner Cunha coloca em dúvida a concretização do plano. “Os moradores não foram
ouvidos, os empresários não foram consultados. Então, existe uma tendência muito
grande de a comunidade boicotar qualquer tipo de ação, até de forma
inconsciente, porque não faz parte do jogo. É só interesse político.”
Azevêdo Leal afirmou que a revitalização econômica e cultural do centro
histórico de Salvador passa pelas propostas apresentadas pela Polícia Civil. “A
caracterização do problema não é novidade. O problema é resolver porque, de
fato, o Pelourinho está mal cuidado mesmo, temos de ser realistas.”
Além das sugestões apresentadas pela Polícia Civil, o ministro do Turismo, Luiz
Barreto, também anunciou esta semana em Salvador a implantação do projeto “Palco
Articulado”, um palco móvel, a quatro metros do chão, ao custo de R$ 4 milhões.
“Neste palco vão dialogar atrações musicais importantes e outros eventos”, disse
o ministro. “Além de abrigar shows e afins, a ideia é que nele funcione um
cinema cultural, assim como cursos. Trata-se de valorizar o patrimônio antigo,
agregando modernidade”, ressaltou Antonio Carlos Tramm, secretário estadual do
Turismo. Tramm disse, ainda, que o governo da Bahia tem investido em atrações
artísticas e programas culturais para aumentar o fluxo de visitantes ao local.

Abandono total
Em sua primeira visita a Salvador, a publicitária mineira Denise Ramos, 25,
disse que ficou decepcionada com o centro histórico de Salvador. “Vi muita
sujeira, casarões em ruínas, ruas fechadas e ambulantes que dão a impressão que
vão atacar os turistas a qualquer momento.”
O advogado carioca Roberto Menezes, 41, também criticou o “abandono” do centro
histórico. “É lamentável que um lugar que carrega grande parte da história do
Brasil seja tão carente de serviços básicos e essenciais, como a coleta de lixo
e segurança.”
Azevêdo Leal disse que os turistas que criticam o centro histórico têm razão.
“Não existe uma programação cultural para sustentar o movimento e a quantidade
de mendigos e moradores de rua assediando os turistas é impressionante.”
Com aproximadamente 3.000 casarões dos séculos 16, 17 e 18, o centro histórico
de Salvador passou por uma grande intervenção na década de 90, com a restauração
de cerca de 700 imóveis, reformas de museus, inaugurações de restaurantes,
lojas, joalherias e obras de infraestrutura que possibilitaram a criação de
redes elétricas subterrâneas e a instalação de esgotamento sanitário. “Os
serviços executados transformaram o centro histórico no local mais visitado de
Salvador, mas, agora, a realidade é bem diferente”, afirmou o subprefeito.
Além da ausência de segurança para os visitantes e sujeira em suas ruas e
ladeiras centenárias, o centro histórico de Salvador também convive com outro
problema: a falta de manutenção de muitos casarões. Dos 111 imóveis tombados
pelo Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) e condenados
pela Defesa Civil, 24 estão localizados no local.
Na última terça-feira (31), o Ministério da Integração Nacional liberou uma
verba de R$ 6 milhões para a execução de obras emergenciais em 50 casarões.
“Vamos atacar inicialmente os imóveis mais problemáticos”, disse o
superintendente regional do Iphan, Carlos Amorim.
A turista argentina Mercedes Ortiz, 23, disse que “esperava mais” do centro
histórico de Salvador. “As imagens e fotografias que vi são bem diferentes da
realidade. O sítio é muito bonito, mas também é muito inseguro e tem muita
sujeira acumulada pelas ruas.”
O subprefeito ressaltou que o centro histórico não precisa de “planos
mirabolantes” para oferecer mais conforto aos seus visitantes e moradores.
“Temos de fazer o básico para melhorar a infraestrutura do local. E o básico
inclui a coleta de lixo, mais segurança, qualificação dos comerciantes e combate
ao comércio clandestino. Se conseguirmos isso, o centro histórico tem tudo para
voltar aos seus melhores dias.”

Especial para o UOL Notícias
Em Salvador
http://noticias.uol.com.br/cotidiano/2010/09/04/abandonado-pelourinho-ba-ve-comercio-local-em-crise-e-fuga-de-turistas.jhtm

18 de agosto de 2010

PROJETO DE CRIAÇÃO DO OBSERVATÓRIO DAS POLÍTICAS DOS PATRIMÔNIOS CULTURAIS

GRUPO DE TRABALHO PATRIMÔNIOS & MUSEUS DA ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE ANTROPOLOGIA

OBSERVATÓRIO DAS POLÍTICAS DOS PATRIMÔNIOS CULTURAIS

Apresentação


A proposta de criação do Observatório das Políticas dos Patrimônios Culturais nasce da inquietação de um grupo de antropólogos ligados a Associação Brasileira de Antropologia (ABA) e vinculados ao Grupo de Trabalho do Patrimônios Culturais & Museus (GTPCM/ABA). Esse Grupo de Trabalho, criado em 2003, reúne antropólogos que realizam pesquisas sobre o tema do patrimônio cultural desde a década de 1990. Desse modo, considerando as etapas pelas quais passaram os estudos sobre o patrimônio cultural, avaliou-se que o momento em que se encontra em ebulição o espaço social do patrimônio e da memória em nossa sociedade, e a partir do incremento dos investimentos do governo e do estado no campo da cultura, avaliou-se que é necessário que estes estudos e pesquisas galgassem um novo patamar e pudessem responder as demandas da sociedade atual, referente às questões do patrimônio cultural e da memória social.
Assim, compreendemos que a reunião das pesquisas e estudos que já caminham para duas décadas de fecundos resultados – com diversos seminários, simpósios, mesas, oficinas, cursos, especializações, mestrados e doutorados – nos oferecem condições excelentes para a criação de uma instância mais efetiva e construtiva de elaboração e esboço de projetos e pesquisas de longo prazo. O acervo de material bibliográfico e acadêmico produzido nos últimos anos sobre a questão do patrimônio cultural e da memória social, nos dá condições formidáveis de articulação e inauguração de um novo estágio de reflexão e produção científica nessa área do conhecimento.
O projeto de criação do OPPC amadureceu mais recentemente a partir da consolidação de ações e intervenções políticas e governamentais na área do patrimônio cultural, sem precedentes na história da sociedade brasileira. Com a realização de eventos comemorativos históricos e esportivos de grande envergadura, como por exemplo, “Brasil 500 anos”, “Família Real 1808-2008”, “Panamericano-Rio/2007”, observamos a necessidade de oferecer a sociedade instrumentos de avaliação e reflexão sobre os impactos dessas intervenções paisagísticas e sociais, invocando investimentos de larga monta e a criação de equipamentos sociais e urbanos, exigindo procedimentos sofisticados em engenharia social e humana. Todos esses índices foram acumulando um grande déficit de investigação e abordagem dos impactos desses empreendimentos na sociedade. A notícia de que se realizarão outros dois mega-eventos mundiais em nosso país – Copa do Mundo 2014 e Olimpíadas 2016 – consideramos que chegou o momento da articulação efetiva entre a pesquisa sobre os acervos e bens culturais e a avaliação dos impactos dos grandes empreendimentos sobre estes mesmos acervos e bens. Contudo, nosso trabalho será direcionado prioritariamente para os impactos que estes eventos infringirão nos patrimônios culturais e ambientais, assim como aos lugares de memória da população brasileira, especialmente nas cidades em que se realizarão os eventos, e nas localidades que estarão satélites ou de outra forma vinculadas aos pacotes turísticos, oferecidos ao imenso contingente de turistas que vão visitar o país, na ocasião de realização destes dois mega-eventos.
Portanto, a proposta de criação do OPPC vem corresponder às expectativas da sociedade e da academia, no sentido de elaborar uma perspectiva mais crítica, para além de nossas inquietações subjetivas, propondo trabalhos de crivo científico e investigativo sobre os processos sociais que vão, e já estão, sendo promovidos nas comunidades a serem afetadas. O OPPC pretende corresponder as estas expectativas e servir de instrumento de avaliação para o aprimoramento das ações governamentais e estatais, garantindo à sociedade meios para que estas intervenções previstas, venham a produzir benefícios e não estimular a intensificação da erosão cultural e ambiental, que todos tememos. O OPPC pretende dessa maneira, oferecer instrumentos teóricos e metodológicos para que a sociedade possa exigir que estes empreendimentos econômicos respeitem os direitos culturais e a cidadania cultural brasileira, evitando que os interesses capitalísticos predatórios das empresas nacionais e internacionais, da área do turismo e da hotelaria, venham a causar danos irreversíveis a continuidade temporal e geracional dos patrimônios culturais e ambientais do país e do continente sul-americano.
Justificativa
O OPPC, como já foi apontado acima, tem na realização dos mega-eventos indicados, a prioridade temporal e cronológica de atuação e efetivação. Destaca-se certa urgência ou emergência cultural e ambiental se difunde e se percebe na sociedade, temendo-se que estes eventos promovam a intensificação da erosão da cultura e da natureza em nosso país. Desse modo, justificamos a criação do OPPC, nesse momento, tomando como foco prioritário a realização da Copa do Mundo de 2014, já que este evento envolverá a participação e vinculação do país inteiro, com a integração de diversos sistemas bioculturais do país. A Olimpíada de 2016, no Rio de Janeiro, receberá assim, os resultados dessa atuação, tornando-se outro campo de investigação prioritário, na seqüência cronológica dos eventos – que em muitos aspectos estão interconectados.
Assim, cabe um breve histórico do processo de escolha e das decisões já tomadas para Copa do Mundo, competição mundial de futebol que acontecerá no Brasil em 2014. Como é sabido, em 1950, o Brasil sediou a Copa do Mundo, a primeira realizada após o fim da II Guerra Mundial. Em 2014, finalmente, voltará a ser realizada um Copa do Mundo de Futebol na América do Sul, após 36 anos, já que a Argentina sediou o evento em 1978.
No dia 3 de Junho de 2003, a Confederação Sul-americana de Futebol (CONMEBOL) havia anunciado que Argentina, Brasil e Colômbia se candidataram à sede do evento. Em 17 de março de 2006, as confederações da CONMEBOL votaram de forma unânime pela adoção do Brasil como seu único candidato. O presidente da FIFA, Joseph Blatter, disse em 4 de Julho de 2006 que, nesse caso, a Copa do Mundo de 2014 provavelmente seria sediada no país. No dia 28 de Setembro do mesmo ano, ele se encontrou com o Presidente Lula e disse que queria que o país provasse sua capacidade antes de tomar uma decisão. O dia 7 de fevereiro de 2007 seria a data final para as inscrições, porém a FIFA antecipou o prazo, tendo este acabado em 18 de dezembro de 2007. No dia 30 de Outubro de 2007 a FIFA ratificou o Brasil como país-sede da Copa do Mundo de 2014. A escolha das cidades-sede ficou para o fim de 2008, mas acabou acontecendo em 31 de maio de 2009, nas Bahamas. Dezoito cidades candidataram-se para sediar as partidas da Copa, porém Maceió desistiu, restando dezessete cidades, todas capitais de estados. A FIFA limita o número de cidades-sedes entre oito e dez, entretanto, dada a dimensão continental do país sede, a organização cedeu aos pedidos da CBF e concedeu permissão para que se utilizem 12 sedes no mundial. Após sucessivos adiamentos, finalmente no dia 31 de maio de 2009 foram anunciadas as sedes oficiais da Copa. A lista eliminou as candidaturas de Belém, Campo Grande, Florianópolis, Goiânia e Rio Branco. Dentre as 12 cidades escolhidas, 4 a 6 delas deverão receber também a Copa das Confederações 2013, "evento teste" para a Copa. Umas das sedes, o Recife, organizará os jogos em outra cidade da Região Metropolitana, São Lourenço da Mata.
Cidades Sedes da Copa do Mundo no Brasil: Belo Horizonte, Brasília, Cuiabá, Curitiba, Fortaleza, Manaus, Natal, Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro, Salvador e São Paulo.

Considerando os aspectos enfatizados, o OPPC terá por finalidades:

• Estimular e incrementar os estudos e pesquisas sobre os impactos das ações e intervenções públicas e privadas no espaço social do patrimônio cultural brasileiro;
• Incentivar o trabalho de pesquisa e investigação científica, visando ao desenvolvimento das ciências e das tecnologias sobre a conservação, preservação e promoção do patrimônio cultural e da memória social no Brasil;
• Promover a divulgação de conhecimentos culturais, científicos e técnicos que constituem patrimônios regionais, nacional e da humanidade e comunicar o saber através do ensino, de eventos e da publicação ou de outras formas de comunicação e difusão;
• Suscitar o desejo permanente de aperfeiçoamento cultural e profissional e possibilitar a correspondente concretização, integrando os conhecimentos que vão sendo adquiridos numa estrutura intelectual sistematizadora do conhecimento de cada geração de pesquisadores e estudiosos sobre o tema geral e das linhas de pesquisa e de investigação do OPPC;
• Estimular o conhecimento sobre as realidades sócio-culturais vinculadas a problemática da produção e transmissão do saber acerca do espaço social do patrimônio e da memória;
• Promover a extensão, aberta à participação da população, visando à difusão das conquistas e benefícios resultantes da criação cultural e da pesquisa científica e tecnológica geradas no OPPC;
• Ampliar o espaço de interlocução GT Permanente do Patrimônios Culturais & Museus da ABA com a sociedade, particularmente nos campos da educação e cultura, turismo e urbanismo, desenvolvimento e infra-estrutura, dirigindo suas funções acadêmicas de ensino, pesquisa e extensão para o atendimento às demandas sociais atuais;
• Implementar políticas acadêmicas de integração do ensino, da pesquisa e da extensão através de programas que envolvam, de forma indissociável, a produção e a difusão do conhecimento à formação de novos pesquisadores sobre o tema geral e das linhas de pesquisa;
• Ampliar e diversificar as atividades de transmissão dos conhecimentos produzidos no OPPC, em níveis de graduação e de pós-graduação presenciais, e também com a oferta de cursos à distância;
• Fortalecer a pesquisa sobre o patrimônio cultural e a memória social pelo incentivo ao desenvolvimento de programas inovadores, o intercâmbio com instituições nacionais e internacionais, a crescente qualificação de pesquisadores e grupos de pesquisa, bem como a divulgação do conhecimento produzido;
• Fomentar a realização de atividades culturais, artísticas e de lazer, relacionadas as finalidades do OPPC.

Considerando todos esses pontos que fundamentam as finalidades do Laboratório e Observatório, nosso objetivo é colocar em cena as diferentes perspectivas e visões sobre a gestão do passado na sociedade atual, quais os fatores, os agentes, os ambientes, as estruturas e equipamentos disponíveis para tal empreitada: qual o futuro do passado? Parafraseando Karatani, citado por Slavoj Zizek (1), propomos aqui colocar as diversas visões sobre as políticas do patrimônio cultural em ‘paralaxe’, isto é, em perspectiva, para poder debater e compreender suas atuais metamorfoses e cristalizações. Nas palavras de Karatani: é ver as coisas “nem de seu próprio ponto de vista, nem do ponto de vista dos outros, mas encarar a realidade que é exposta por meio da diferença (paralaxe)”.

Objetivos


Objetivo Geral

• Produzir condições necessárias e suficientes de investigação e pesquisa em patrimônio cultural e memória social que produza conhecimento científico sobre as mais diversas áreas vinculadas ao tema geral, em especial sobre os impactos das ações e intervenções estatais, governamentais e privadas no espaço social do patrimônio e da memória em nossa sociedade.
Objetivos Específicos

• Organizar e promover eventos científicos, internos e externos ao OPPC e em cooperação com outras instituições.
• Sistematizar e disponibilizar para a comunidade informações e produções relativas ao campo (publicações, eventos, notícias, etc.) através de um sítio eletrônico (?).
• Desenvolver estudos direcionados à produção de conhecimentos e à transmissão dos saberes relacionados as finalidades do OPPC;
• Difundir o conhecimento produzido pelo OPPC;
• Proporcionar condições adequadas para o desenvolvimento de práticas e serviços no patrimônio cultural e da memória social.
Participantes:

Pesquisadores e profissionais de Antropologia e Sociologia, assim como de outras as áreas de Ciências Humanas, Sociais e Outras, que tenham em seus currículos um perfil para a pesquisa com o aporte em patrimônio e memória.

Concepção do OPPC:

Articular um grupo de pesquisadores e profissionais que procedam a uma investigação e pesquisa sobre os mais diversos problemas estruturais pelos quais a sociedade em função das ações e intervenções públicas e privadas no espaço social do patrimônio e da memória. A Antropologia participa como núcleo teórico fundamental em auxílio conjugado com outros aportes teóricos. Contribuir à investigação científica, discernir o campo epistemológico de seu arcabouço teórico, técnico e metodológico, viabilizando a aplicação técnica, a pesquisa e a investigação antropológica em prol da circulação, transmissão e produção de conhecimento.
Transdisciplinaridade

O Laboratório apresentará um funcionamento em grupos específicos por pesquisa e tema investigado, mas requer reuniões mensais/anual com membros de todos os grupos, pois trabalha numa perspectiva em que a problemática escolhida é transversal e por isso congrega diferentes profissionais, sendo que todos eles, de uma forma ou de outra, utilizam o aporte teórico da Antropologia.
Além dos grupos de pesquisa, o OPPC vai oferecer cursos de extensão, seminários, cursos de atualização e aperfeiçoamento, bem como uma especialização em na área do patrimônio cultural e memória social. Reuniões e congressos científicos também fazem parte de seu funcionamento.
Divulgação da pesquisa e da produção do conhecimento científico é uma meta a ser alcançada por meio de uma Revista Eletrônica.
Bibliografia

Livros

ABREU, Regina. Quando o campo é o patrimônio: notas sobre a participação de antropólogos nas questões do patrimônio. SOCIEDADE E CULTURA, V. 8, N. 2, JUL./DEZ. 2005, P. 37-52.

BETTI, Mauro. Violência em campo: dinheiro, mídia e transgressão às regras no futebol espetáculo. Ijuí: UNIJUI, 1997.

BOYLE, Raymond. Sports Journalism: Context and Issues. Paperback, 2006

BOYLE, Raymond & HAYNES, Richard. Football in the New Media Age. Paperback, 2004.

___. Power Play: Sport, the Media and Popular Culture. Paperback, 2009

COLVICH, Ivan. Politics of Identity in Serbia. Hardcover, 2002.

COLVICH, Ivan & HAWKESWORTH, Celia. The Politics of Symbol in Serbia. Paperback, 2002

CORRÊA, Alexandre Fernandes. Patrimônios Bioculturais: ensaios de antropologia das memórias sociais e do patrimônio cultural. São Luís: EDUFMA/Núcleo de Humanidades, 2008.

ELIAS, Norbert; DUNNING, Eric. A busca da excitação. (Trad. M. M. A. Silva). Lisboa: DIFEL, 1992.

FOER, Franflin. Como o futebol explica o mundo: um olhar inesperado sobre a globalização. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2005.

LERNER, Júlio (ed.). A violência no esporte. São Paulo: Secretaria da Justiça e da Defesa da Cidadania. São Paulo: Imesp, 1996.

MARQUES, José Carlos; CAMARGO, Vera Regina Toledo: CARVALHO, Sérgio. Comunicação e Esporte: Tendências. Santa Maria: Pallotti, 2005.

MURPHY, Patrick; WILLIAMS, John; DUNNING, Eric. O futebol no banco dos réus: violência dos espectadores num desporto em mudança. (Trad. Raul Sousa Machado). Oeiras/Portugal: Celta Editora, 1994.

PIMENTA, Carlos Alberto Máximo. Torcidas organizadas de futebol: violência e auto-afirmação, aspectos da construção das novas relações sociais. Taubaté: Vogal, 1997.

RODRIGUES FILHO, M. O negro no futebol brasileiro. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1964.

REIS, Heloisa Helena Baldy dos Reis. Futebol e Violência. Campinas: Armazém do Ipê, 2006.

REIS, Heloisa Helena Baldy dos Reis; ESCHER, Thiago de Aragão. Futebol e Sociedade. Campinas: Líber Livro, 2006.

TOLEDO, Luiz Henrique de. & COSTA, Carlos Eduardo. (Orgs.). Visão de Jogo: antropologia das práticas esportivas. São Paulo: Terceiro Nome. 2009.

Capitulos de livros

DAMATTA, Roberto. As raízes da violência no Brasil: reflexões de um antropólogo social. In: PINHEIRO, P. S. (org.) Violência Brasileira, São Paulo: Brasiliense, 1982. p. 14-28.

PIMENTA, Carlos Alberto Máximo. Brutalidade uniformizada no Brasil. In: PINSKY, Jaime (org.) Faces do Fanatismo. Taubaté: Contexto, 2004, p. 262-281.

BETTI, Mauro; PIRES, Giovani De Lorenzi. Mídia. In: Dicionário Crítico de Educação Física, Fernando Jaime González; Paulo Evaldo Fensterseifer (Orgs.). Ijuí: Unijuí, 2005, p. 282-288.
Artigos em revistas

BETTI, Mauro. A televisão e a guerra do Pacaembu; povão versus cidadãos. Revista Brasileira de Ciências do Esporte, Florianópolis, v. 17, n. 3, p. 220-225, 1996.

MURAD, Mauricio. Futebol e violência no Brasil. Pesquisa de Campo/Revista do Núcleo de Sociologia do Futebol, Rio de Janeiro, UERJ, Sr-3, n. 3-4, p.89-103, 1996.

TOLEDO, Luiz Henrique de. Transgressão e violência entre torcedores de futebol. Revista da USP - Dossiê futebol. São Paulo, USP, n. 22, jun-ago, p.92-101, 1994.

BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR. Na Internet:

CONSTRUCTING THE TREAD IN A SPORTS CONTEXT: BRITISH PRESS DISCOURSE ON FOOTBALL HOOLIGANISM – Marco Impiglia, Universidade de Paris XI http://www.cafyd.com/HistDeporte/htm/pdf/4-18.pdf

FUTBOLOGÍAS – FÚTBOL, IDENTIDAD Y VIOLENCIA EN AMERICA LATINA – Pablo Alabarces (org.), Universidade de Buenos Aires
http://www.clacso.org/wwwclacso/espanol/html/libros/deporte/futbol.html

EDUCAÇÃO FÍSICA, CULTURA E SOCIEDADE – Mauro Betti, Unesp
http://www2.prudente.unesp.br/pefes/mauro_betti_artigo.pdf#search=
FUTEBOL, LINGUAGEM E MÍDIA: METÁFORAS DA DISCRIMINAÇÃO NO FUTEBOL BRASILEIRO - Carlos Alberto Figueiredo da Silva & Sebastião Josué Votre
http://www.geocities.com/aotil/futebol.html

LA RELACIÓN ENTRE FÚTBOL, VIOLENCIA Y SOCIEDAD: UM ANÁLISIS HISTÓRICO A PARTIR DE LA TEORIA DEL PROCESO CIVILIZADOR – Heloisa Helena Baldy dos Reis, Unicamp
http://www.cafyd.com/HistDeporte/htm/pdf/4-15.pdf

LA VIOLENCIA ENTRE HINCHAS DE FÚTBOL: LEGISLACIÓN Y MEDIDAS PREVENTIVAS EN ESPAÑA Y BRASIL – Heloisa Helena Baldy dos Reis, Miguel Cardenal Carro
http://www.cafyd.com/HistDeporte/htm/pdf/2

OS ESPECTADORES DE FUTEBOL E A PROBLEMÁTICA DA VIOLÊNCIA RELACIONADA À ORGANIZAÇÃO DO ESPETÁCULO FUTEBOLÍSTICO – Heloisa Helena Baldy dos Reis, Unicamp
http://www.usp.br/eef/rpef/v17n22003/v17n2p85.pdf

PELIGRO DE GOL: ESTUDIOS SOBRE DEPORTE E SOCIEDADE EN AMERICA LATINA – Pablo Alabarces (org.), Universidade de Buenos Aires
http://www.clacso.org/wwwclacso/espanol/html/libros/deporte/lgol.html

RACISMO PARA DENTRO E PARA FORA: O CASO GRAFITE-DESABATO - Carlos Alberto Figueiredo da Silva, Centro Universitário Augusto Motta
http://www.efdeportes.com/efd84/racismo.htm

TENSIONES Y VIOLENCIA EN LA DEFINICIÓN DEL CAMPO DEPORTIVO EN LA CIUDAD DE RÍO DE JANEIRO DEL SIGLO XIX. – Victor Andrade de Melo, UFRJ
http://www.cafyd.com/HistDeporte/htm/pdf/4-3.pdf

UMA BREVE HISTÓRIA SOCIAL DO ESPORTE NO RIO DE JANEIRO - Ricardo Pinto dos Santos, UFRJ
http://www.cafyd.com/HistDeporte/htm/pdf/4-14.pdf

VIOLÊNCIA ENTRE TORCIDAS ORGANIZADAS DE FUTEBOL - Carlos Alberto Máximo Pimenta, Unitau;

http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0102-88392000000200015&script=sci_arttext

27 de junho de 2010

TEATRO DAS MEMÓRIAS E DAS HERANÇAS BIOCULTURAIS





TEATRO DAS MEMÓRIAS E DAS HERANÇAS BIOCULTURAIS: AÇÃO CULTURAL ENTRE O PASSADO E O FUTURO

RESUMO: Texto sobre a função sócio-cultural dos museus na atualidade e suas relações com os acervos culturais e naturais, as políticas do patrimônio cultural e da memória social.

PALAVRAS-CHAVE: Museu – Patrimônio – Memória.

ABSTRACT: A brief article about the socio-cultural function of museums at present and its relations with the cultural and natural preservation policies, and the cultural heritage and social memory.

KEYWORDS: Museum – Patrimony – Memory.

O tema da VIª Semana Nacional dos Museus no Brasil, no ano de 2008, foi Museus como Agentes de Mudança Social e Desenvolvimento. Esse tema também foi o escolhido para o Ano Ibero-Americano de Museus. O presente artigo é uma elaboração em texto escrito da conferência apresentada no Memorial do Palácio Cristo-Rei, da Universidade Federal do Maranhão, que programou exposições e atividades ligadas ao evento nacional. Portanto, esse texto possui as características de uma articulação de idéias programáticas com algumas indicações prospectivas para a ação cultural futura.

Texto Disponível: Fênix – Revista de História e Estudos Culturais

Outubro/ Novembro/ Dezembro de 2009 Vol. 6 Ano VI nº 4ISSN: 1807-6971
Disponível em: http://www.revistafenix.pro.br/

17 de abril de 2010

Teatro das Memórias: Entre o Passado e o Futuro

Resumo: texto sobre a função sócio-cultural dos museus na atualidade e suas relações com os acervos culturais e naturais, as políticas do patrimônio cultural e da memória social.
Palavras Chave: Museu; Patrimônio; Memória.
 
Abstract: a brief article about the socio-cultural function of museums at present and its relations with the cultural and natural preservation policies, and the cultural heritage and social memory.
Key Words: Museum; Patrimony; Memory.
 
Introdução


O tema da VIª Semana Nacional dos Museus no Brasil, no ano de 2008, foi “Museus como Agentes de Mudança Social e Desenvolvimento”. Esse tema também foi o escolhido para o Ano Ibero-Americano de Museus. O presente artigo é uma elaboração em texto escrito da conferência apresentada no Memorial do Palácio Cristo-Rei, da Universidade Federal do Maranhão, que programou exposições e atividades ligadas ao evento nacional. Portanto, esse texto possui as características de uma articulação de idéias programáticas com algumas indicações prospectivas para a ação cultural futura.
Logo de início é necessário salientar que é muito salutar as Universidades brasileiras vincularem-se e integrarem-se ao processo de debates e reflexões sobre a função social dos Museus na sociedade local e nacional, assim como no continente, contribuem para o processo de democratização das políticas culturais na contemporaneidade.
É preciso, cada vez mais, refletir sobre a contribuição que as Universidades podem dar para a crescente demanda pela democratização do acesso aos museus em nosso país, além da atenção as demandas pela transformação de suas funções e papéis sociais e culturais na atualidade.
Num campo, espaço ou área do conhecimento dominada por um forte conservadorismo é muito importante aprofundar a disposição de se renovar os paradigmas de atuação e das práticas museológicas atuais.
Mas, não deixa de parecer paradoxal e surpreendente que os Museus – lugares tradicionalmente estabelecidos como locais de conservação e preservação do antigo, do obsoleto e do passado – passem a vir a ser lugares de reflexão sobre as transformações culturais, o desenvolvimento e a inclusão social. Todavia, como se sabe algo é considerado ‘paradoxal’ até o momento em que se encontra a lógica subjacente que ainda estava oculta, revelando a relação e o vínculo encoberto. Destarte, esse é um desafio interessante para todos nós e integra uma dialética fecunda para o pensamento sobre os estudos culturais contemporâneos.

Publicação Revista PASOS:

9 de março de 2010

TEATRO DAS MEMÓRIAS: Cidadania e Direitos Culturais.

Atenção! Ameaças de Plágio e Cópia voltam a rondar o Projeto de Pesquisa e Extensão "Teatro das Memórias"!

Vivemos em tempos difíceis, é verdade! Mas não será por isso que deixaremos de tentar manter algum princípio ético-político: não vale tudo, a todo custo! De nossa parte é cada vez mais urgente observarmos as atuais contradições entre o dizer e o fazer, em nossa sociedade. Hoje mais do que nunca impera o velho lema patriarcal: “- Faça o que eu digo, não faça o que eu faço!”.
Neste início de ano, em São Luís/MA, algo inesperado aconteceu. Pessoas e instituições, em nome da “educação patrimonial” voltaram a cometer atos que merecem o crivo e a avaliação dos que ainda têm um pouco de noção de justiça e sabem manter alguma integridade nas ações e nas idéias. Trata-se de mais uma tentativa de plágio e cópia do Projeto 'Teatro das Memórias'. Lamentável acontecimento que não promove a “educação” nem ensina sobre o “patrimônio”. Por quê? Pergunto: como um grupo de pessoas e instituições, que dizem estar “preservando” a “cultura” e o “patrimônio” na cidade, através de programas de “educação” para crianças e jovens, poderia estar cometendo o pior de todos os equívocos em termos do respeito aos direitos autorais, a propriedade intelectual e a cidadania cultural?
O CRISOL-Grupo de Pesquisas e Estudos Culturais da UFMA, desde 2001, vem promovendo pesquisas e projetos de extensão universitária na ilha de São Luís, sob o título de 'Projeto de Ação Cultural Teatro das Memórias'. É sabido que a Companhia Vale do Rio Doce, a Fundação Municipal do Patrimônio Histórico (FMPH) e a 3aSR do IPHAN, desde 2004 promoveram um Projeto com o nome de “Viver o Desterro”; logo abandonado, assim que se observou que não levava a lugar algum, pois só tinha um propósito: promover os seus diretores e coordenadores de plantão. A comunidade do Desterro, através de sua Associação de Moradores, demandou, então, ao Grupo de Pesquisas e Estudos Culturais (Crisol/GPEC) da UFMA, a continuidade de uma ação sincera e comprometida com a comunidade; e assim foi feito. Formulamos e elaboramos o Projeto Políticas do Patrimônio e da Memória (UFMA-2004), depois incorporado ao 'Projeto Teatro das Memórias', parte integrante do Projeto maior “TEATRO DAS MEMÓRIAS SOCIAIS E DO PATRIMÔNIO BIOCULTURAL: Pesquisa Antropológica na Região Metropolitana de São Luís”; que é um projeto de pesquisa e extensão universitária aprovado no CONSEPE (Resolução nº. 463/2006 – 31.05.2006 – UFMA/CNPq). Assim, causa espécie e profunda indignação assistirmos pessoas e instituições públicas e privadas cometerem atos que atentam contra a própria lição pedagógica que julgam difundir com o coração cheio de “boas intenções”. Lamentável comportamento de pessoas e instituições que, sem o devido cuidado, estão destruindo os princípios da cidadania e do direito que julgam estar defendendo e promovendo. São contradições censuráveis em pessoas e instituições que enganadas nas idéias e na sua retórica, revelam nas suas práticas que, na verdade, não têm noção do que estão fazendo. Diria alguém: “Perdoe-os, pois não sabem o que fazem”!
Todavia, como podem continuar agindo em nome da “educação” e do “patrimônio”, pessoas e instituições que não sabem “preservar” a ética, o patrimônio, a memória, a cultura, etc, nas suas ações mais cotidianas? Como podem essas pessoas e instituições se utilizarem de impostos e verbas públicas em nome desses bens valiosos da população brasileira e maranhense, se não sabem respeitar e cumprir com as leis vigentes sobre os usos e apropriações das idéias, projetos e valores de outras pessoas, grupos e comunidades?
Nós do Grupo de Pesquisas e Estudos Culturais (Crisol/GPEC) pensamos bastante em como agir contra essas atitudes de má fé e lesa dignidade. Depois de refletirmos achamos por bem que inicialmente não iremos contestar na justiça essas pessoas e instituições, e que vamos apenas nos manifestar à sociedade na intenção de sugerir que, em nome do respeito às distinções entre nossas práticas e atitudes, se retire o nome “Teatro das Memórias” do referido “projeto”. Desejamos que esse grupo de pessoas afinal nomeie suas práticas e defina seus conceitos e métodos a partir de seu próprio trabalho, deixando de se apropriar passivamente das idéias, práticas e valores construídos por outras pessoas, grupos e comunidades. Para promover o patrimônio cultural e uma suposta “educação patrimonial” supõe-se que esse grupo já esteja consciente e já tenha aprendido a respeitar os valores e idéias das outras pessoas e grupos. A falta de reconhecimento do trabalho de pesquisa e das ações culturais promovidas por anos a fio, negados e apropriados por um grupo sem lastro científico e político, espelha bem a falta de noção de preservação dos verdadeiros valores patrimoniais dos grupos, instituições e pessoas.
São mais de uma  década de trabalho de pesquisa e extensão, com conceitos e métodos completamente distintos dos que estão sendo praticados e executados por esse grupo de pessoas. O Projeto original “Teatro das Memórias” emprega conceitos e métodos desenvolvidos a partir da leitura e estudos em vasta bibliografia, entre diversas dissertações e teses. A principal referência teórica que funda a própria idéia de investimento na gestão democrática e política do ‘teatro das memórias’ sociais é a obra do sociólogo francês Henri Pierre Jeudy – jamais referido por essas pessoas que agora se dizem ‘continuadoras’ desse trabalho de pesquisa e extensão universitária original. O Crisol/GPEC, sob a coordenação desse pesquisador, criou um método específico de ação cultural a partir desses estudos teóricos e empíricos. Desse modo, trata-se de um trabalho intelectual com autoria e método, que está sendo usado e deturpado indevidamente.
Através desse documento escrito, em forma de artigo, faremos publicar nos veículos de comunicação da cidade, desse Estado e do país, contestando publicamente essas pessoas e instituições contra o uso indevido do nome e do trabalho de pesquisa da Universidade. Divulgaremos artigos críticos em nome dos direitos difusos e coletivos, das comunidades e dos grupos, das universidades e instituições de preservação do patrimônio biocultural, aos quais estamos filiados e seguimos seus princípios. Nosso Grupo de Pesquisas e Estudos Culturais é filiado a Associação Brasileira de Antropologia, ao ICOMOS-BR, ao Fórum e Grupo de Trabalho do Patrimônio Cultural da ABA, ao Observatório Social, ao Conselho de Cultura do Estado do Maranhão, etc., nos quais continuaremos a defender a dignidade e o respeito aos valores culturais e patrimoniais depositados nas memórias sociais da população maranhense e brasileira.
Nosso compromisso é com uma política cultural democrática e verdadeiramente autônoma; que nos prepare para viver e gerir uma vida melhor nessa cidade. Cidade e Estado que ainda precisam encontrar um destino mais democrático e justo. Constatamos, então, que ao perpetuarem essas práticas despóticas, autoritárias e perversas, como essas que agora denunciamos, essas instituições e pessoas se tornaram o maior obstáculo que hoje temos que enfrentar para inaugurar melhores tempos em nossa cidade e Estado.
Nosso apelo é que essas pessoas e instituições parem com estas práticas e atitudes perversas – presas as raízes mais reacionárias do patriarcalismo colonial. Desejamos que essas pessoas e instituições cessem de continuar mantendo fundo o fosso que separa as suas ações de sua retórica; cindindo o que fazem e do que dizem.

Alexandre Fernandes Corrêa - UFMA
Associado II de Antropologia/UFMA.
Pesquisador CNPq:  CV/Lattes: http://lattes.cnpq.br/2963281229506007
Conselheiro de Cultura do Estado do Maranhão
(Representante da Sociedade Civil: Patrimônio Cultural).
alexandre.correa@pq.cnpq.br  
Coordenador do Crisol/Grupo de Pesquisas e Estudos Culturais
http://teatrodasmemorias.blogspot.com/

Texto modificado do artigo originalmente publicado no "Jornal Pequeno" de São Luís/MA:
http://www.jornalpequeno.com.br/2009/1/25/Pagina97244.htm

19 de janeiro de 2010

“Por Dentro da Mente de Da Vinci” chega a São Luís


A mostra traz 80 peças entre painéis e protótipos de máquinas do mestre e pode ser visitada a partir de 17 de dezembro no Parque Botânico Vale, em São Luís.

São Luís (Maranhão), Dezembro de 2009 - Pouquíssimos artistas no mundo foram tão completos e desenvolveram seu talento em áreas tão distintas como o gênio Leonardo Da Vinci. Além de obras consagradas como Monalisa, Anunciação e A última Ceia, Da Vinci, ele circulou, com notável habilidade, nas áreas da escultura, música, poesia, teatro, literatura e em importantes estudos de engenharia, arquitetura, anatomia, astronomia e matemática.
O Leonardo cientista e inventor é o foco da exposição “Por Dentro da Mente de Da Vinci”, com curadoria de Eugenio Martera e Patrizia Pietrogrande, que o Museu a Céu Aberto e Vale do Rio Doce trazem para a cidade de São Luís, MA.
A mostra - em cartaz a partir da próxima quinta-feira, dia 17 de dezembro, no Parque Botânico da Vale - veio de Florença, na Itália e, já foi vista por um público de 50 milhões de pessoas na Europa, Ásia, Oceania e América.
Trata-se da maior exposição já realizada sobre as várias facetas de criação do mestre italiano Da Vinci. São 80 obras: 40 painéis gráficos e 40 protótipos das máquinas, entre eles: o macaco hidráulico, o tanque de guerra e o helicóptero. Muitos deles não chegaram a ser construídos pelo artista, mas tornaram-se realidade centenas de anos depois exatamente da forma como ele havia imaginado.
Só no Brasil, mais de 1,5 milhão de pessoas apreciaram toda a genialidade deste grande artista. Segundo Paulo Solano, diretor do Museu a Céu Aberto, uma das Instituições responsáveis pela exposição no Brasil, em todas as cidades pelas quais a exposição passou o público se surpreendeu com a grandiosidade e com o dinamismo de Da Vinci. “É impressionante o quanto Da Vinci consegue reter a atenção das pessoas que passam por uma de suas obras”, afirma.
Os modelos são divididos em Máquinas Militares, Máquinas de Ar e Água e Máquinas Civis. Na produção dos protótipos, são usados apenas materiais – como madeira, ferro e juta - e ferramentas disponíveis no período em que Da Vinci viveu. Nesta exposição, eles serão exibidos junto com cópias dos desenhos originais.

Réplicas

As réplicas em madeira foram concebidas pela Associação Cultural Italian Art a partir dos cadernos de anotações do artista, preservados em diversas coleções particulares e museus, chamadas de "códices". "Foi um projeto longo, que envolveu paciência e quatro anos de estudos para transpor as ideias de Leonardo, do século XVI, para fora do papel, no século XXI. Os computadores tiveram que trabalhar e muito", relembra o artesão Paolo Gori, representante da associação. Mas, a cada projeto, um espanto: "Tudo funcionava", diz ele, admirado.
A surpresa de Gori tem sua razão de ser. Afinal, Leonardo Da Vinci teve as limitações técnicas de seu tempo, numa época em que ninguém sabia precisar as horas depois que o sol se punha (só se usava relógio de sol). Muitos projetos sequer tinham condições de serem testados. Mas a exposição vem mostrar que eles funcionavam. "É um gênio, não há outra explicação. Tudo encontrado nos desenhos foi fruto de uma observação e de uma pesquisa febril, típicas de um intelectual do Renascimento”,reforça.
Da Vinci, em algumas ideias, conseguiu se adiantar em cinco séculos. Ele chegou a projetar uma bicicleta, com corrente, pedais e tudo. Bem diferente da forma como foi feita no século XIX, quando o ciclista tinha que usá-la sem pedais, com o próprio esforço.
A exposição é uma iniciativa do Museu a Céu Aberto, Vale do Rio Doce e Centro Educacional Leonardo da Vinci.
Serviço:
Curadoria: Eugenio Martera e Patrizia Pietrogrande
Visitação: 17 de dezembro de 2009 até 23 de janeiro de 2010
Horário: de terça a domingo, das 9 às 17 horas.
Onde: Parque Botânico Vale - Av. dos Portugueses, S/N – Anjo da Guarda, São Luís (MA)
Entrada franca
fonte: Atelier de Idéia
E-mail (contato): tiago.martins@atelierdeideia.com.br